Museus da Uerj promovem acesso digital a acervos de temáticas como esporte, cultura negra e meio ambiente

18/05/202118:36

Diretoria de Comunicação da Uerj

Que tal fazer uma visita aos museus da Uerj? Tão diversificados quanto a própria Universidade e sempre de portas abertas ao público por meio da internet, o eMuseu do Esporte, o Museu Afro Digital e o Ecomuseu Ilha Grande comemoram o Dia Internacional dos Museus nesta terça-feira (18) com exposições, novas parcerias e debates. 

Conhecer museus utilizando como passaporte o clique do mouse é a realidade diária do eMuseu do Esporte e do Museu Afro Digital Rio de Janeiro, criados e acessados exclusivamente por plataforma digital. Já o Ecomuseu Ilha Grande, que possui enraizada presença comunitária, está desde o início da crise sanitária utilizando os recursos da tecnologia remota e da presença ostensiva nas mídias sociais para manter ativa sua comunicação com o público.

eMuseu do Esporte: memória colaborativa

O eMuseu do Esporte é uma plataforma on-line, criada em 2019 para preservar a memória, concentrar acervos e informações de várias modalidades esportivas. Foi idealizado a partir da tese de doutorado da professora Bianca Gama Pena, gestora de projetos do Departamento de Inovação da Uerj (InovUerj/PR-2),  em parceria com o professor Lamartine da Costa, pesquisador do Instituto de Educação Física e Desportos (IEFD). 

Com a colaboração de colecionadores, o eMuseu conta hoje com nove galerias virtuais permanentes. Recebe ainda o apoio de diversas confederações esportivas, como as de basquete, canoagem, atletismo e tênis de mesa, além dos Comitês Olímpico e Paralímpico Brasileiros.

Segundo Bianca Pena, estabelecer parcerias é fundamental. “Buscamos criar ambientes digitais e manter articulação com o Estado e a iniciativa privada, inclusive por meio de incentivos fiscais e captação de recursos”. 

Já para o professor Lamartine da Costa, os desafios para os museus, neste momento, incluem estimular a adesão do seu público-alvo. “Os caminhos escolhidos para atingir os objetivos de conquista de visitantes dão forma e conteúdo ao contexto das entidades museológicas”, afirma.

Bianca Pena complementa: “Há uma seção no portal chamada “Coleções” onde todos têm a possibilidade de criar seu próprio acervo, assumindo o protagonismo na construção coletiva da história do esporte brasileiro”.

Programação

Além de um tour pelas nove galerias e nove exposições virtuais já disponíveis para acesso, o visitante poderá ainda conferir o lançamento da série “Heróis no Esporte”, com atletas relatando histórias inspiradoras e os desafios de treinamento para as Olimpíadas de Tóquio, em meio às restrições da pandemia. A série está disponível no canal do eMuseu no YouTube.

Visite as galerias e exposições no site www.emuseudoesporte.com.br.

Museu Afro Digital Rio de Janeiro, lugar de novos olhares

O Museu Afro Digital Rio de Janeiro é um programa de extensão dedicado a preservar fontes documentais e promover atividades que permitam a investigação e a criação de novas abordagens e histórias sobre a temática da população negra. Ancorado no ciberespaço, busca estimular a memória de minorias étnicas e de movimentos sociais como lembranças vivas, buscando um diálogo com seus visitantes sobre patrimônios materiais e imateriais.

O museu tem organizado exposições e catalogado arquivos digitais sobre a memória dos africanos escravizados e livres que aportaram na cidade do Rio de Janeiro, incluindo seus descendentes. A ideia é democratizar o acesso  a um saber acumulado de forma virtual, buscando ser ponte entre aqueles que querem refletir sobre os vínculos de pessoas negras com seus ancestrais e  a influência de suas práticas no cotidiano do Rio de Janeiro. 

Ao mesmo tempo, o Museu Afro Digital aposta na integração entre as culturas popular e erudita, além de promover a aproximação com os jovens, ávidos consumidores de novas tecnologias.

A fé em São Jorge registrada em fotografia de Barbara Copque

Mesmo assim, de acordo com a  professora Ana Paula Alves Ribeiro, coordenadora do Conselho Consultivo do Museu Afro Digital, nos dias de hoje “é preciso entender que, mesmo nós, que refletimos o digital e os processos de digitalização nos espaços coletivos, precisamos recuperar, reintegrar, e até mesmo reinventar nossas atividades”, afirma. 

Programação

Exposição “Na proteção e de ronda: eu sou de Jorge”, inaugurada em 23 de abril, sobre as diversas formas de comemoração do Dia de São Jorge na cidade. Também está em cartaz a mostra “Sentidos da consciência negra: uma experiência no CAp-Uerj”.                          

Ecomuseu Ilha Grande, um museu da universidade e da comunidade

Localizado em Vila Dois Rios,  o Ecomuseu Ilha Grande é um programa de extensão do Departamento Cultural da PR-3 e atua voltado às atividades de preservação, pesquisa e divulgação do meio ambiente, história e vida sociocultural da região.

Parte do acervo do Ecomuseu pode ser vista pela internet

O Ecomuseu está distribuído em quatro núcleos básicos: Centro Multimídia, Museu do Cárcere, Museu do Meio Ambiente e Parque Botânico. Sua missão é incorporar a comunidade como agente do processo de conservação e desenvolvimento sustentável do território, incentivando reflexões sobre a valorização da história, memória e dos patrimônios material e imaterial da Ilha.

Seguindo o protocolo da pandemia,  o Ecomuseu não tem promovido atividades presenciais abertas ao público, mas nem por isso os visitantes ficarão de fora: boa parte do acervo pode ser conhecida no site. 

Enquanto isso, a equipe dá continuidade ao inventário do patrimônio histórico, cultural e ambiental da Ilha Grande, produzindo conteúdos sobre cultura caiçara,  biodiversidade marinha, fauna, flora e  as memórias do presídio que a ilha abrigou.

O coordenador do Ecomuseu, professor Gelsom Rozentino, ressalta o talento e a força dos museus para enfrentar um momento tão desafiador. “Devemos crer na capacidade  de resiliência, resistência e superação sobre os problemas atuais e futuros. Os museus, em particular os  comunitários, enfrentam deficiências estruturais. Todavia, há a esperança que, justamente pelos laços comunitários, possam sobreviver e manter suas atividades solidárias. Não é e não será simples, mas é necessário transformar crise em oportunidade. Não há fórmulas prontas, manual de instruções. Cada museu deve encontrar seu caminho, seu jeito. Ousar, ser criativo, fazer bem o que sabe”, conclui.

Acompanhe a programação de eventos nas mídias sociais do museu: YouTubeFacebook e Instagram

Veja mais: http://www.ecomuseuilhagrande.uerj.br/