Com 58 de anos de dedicação à Uerj, Ary Pereira de Miranda torna-se o primeiro Técnico-administrativo Emérito

13/12/202216:45

Diretoria de Comunicação da Uerj

Ele tem 58 anos de trabalho na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Essa dedicação de quase seis décadas do diretor financeiro Ary Pereira de Miranda à instituição foi coroada na última quarta-feira (7), com a outorga do primeiro título de Técnico-Administrativo Emérito. A honraria havia sido aprovada por unanimidade pelo Conselho Universitário (Consun), na sessão do dia 11 de novembro. Antes, em agosto, também teve voto favorável de todos os presentes no plenário do Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Csepe).

Criado em abril de 2022, o título de Técnico-administrativo Emérito requer que o homenageado esteja aposentado após prestar ao menos 20 anos de serviços e ter se destacado, de forma excepcional, pela notável atuação e relevante contribuição à Universidade. Anteriormente, apenas docentes recebiam este reconhecimento.

“Senhor Ary, como é carinhosamente conhecido, ou ainda ‘Arquivo Vivo’, fez e faz história ao longo de seus 58 anos de dedicação”, disse a secretária dos Conselhos Superiores, Ludmila Herllain, na leitura do termo de concessão, que ocorreu durante a cerimônia de celebração do aniversário dos 72 anos da Uerj, no Teatro Odylo Costa, filho.

“Nas palavras do escritor Victor Hugo, o mundo não é movido por máquinas, mas sim por ideias. E são suas iniciativas que fazem do Senhor Ary superar barreiras físicas e tecnológicas, com educação e empatia. Difícil sintetizar tão expressiva trajetória, a qual deve ser exaltada como exemplo de trabalho ético e realizado com dedicação e propósito, que serve de inspiração para todos que o conhecem”, acrescentou.

Emocionado, o técnico agradeceu e declarou que ainda não pretende parar. “Sempre me dediquei à Uerj, desde que entrei, em janeiro de 1964. Quando me aposentei, em 1994, fui reconduzido na mesma data para extraquadro, na função de diretor financeiro, onde permaneço até hoje. Adoro o que faço e me sinto muito à vontade com meus colaboradores e amigos”.

De 1964 ao presente

A história de vida de Ary Miranda se entrelaça com sua trajetória profissional na Uerj. Muito jovem, ele ingressou como office-boy na antiga Universidade do Estado da Guanabara. A partir daí, concluiu o curso de técnico em contabilidade, casou-se, teve dois filhos e formou-se bacharel em Ciências Contábeis.

Em 1966, na Divisão de Contabilidade e Patrimônio, foi chefe de serviço de expediente em arquivo. Em 1972, tornou-se oficial dos serviços universitários. Em uma constante crescente, em 1986, ascendeu ao cargo de diretor do Departamento Financeiro. Chegou, enfim, o momento da aposentadoria, mas não o desejo de se despedir no trabalho na Diretoria de Administração Financeira (DAF). Lá permaneceu e se destaca até hoje.

Iniciativa de colegas de trabalho

A ideia de escolher Ary para receber o primeiro título de Técnico Emérito da Universidade veio por meio de um abaixo-assinado de servidores que trabalham com ele. A proposta foi levada ao Consun pelos conselheiros Loana Pessanha Saldanha e Anderson Vieira Loureiro. A relatoria ficou a cargo do conselheiro Kleber Pereira de Souza, da Comissão de Assuntos Acadêmicos.

Depoimentos dos colegas de setor foram incluídos no texto apresentado por Kleber. A Coordenadora do Departamento Financeiro (Defin), Soraia Fortins, ressaltou que Ary “conhece tudo, orienta e explica o serviço com detalhes e facilidade”. Não à toa, é responsável por organizar rotinas complexas e delicadas envolvendo despesas e receitas. Já a chefe da Divisão de Controle Financeiro, Rosângela Pena, mencionou o fato de “em 20 anos, ele não ter faltando ao trabalho, nem um dia, por motivo de doença ou outro”.

O reitor da Uerj, Mario Carneiro, compartilhou no Consun sua impressão do homenageado: “Eu comecei a conviver com o ‘Seu Ary’ quando entrei para o Centro Biomédico. Muitas vezes o pessoal precisava tirar dúvidas, e ele vinha ajudar, prestar esclarecimentos. Esse título é extremamente importante para ele, mas também é para a Universidade. É reconhecimento, e sempre que a gente reconhece um trabalho, a gente está valorizando a própria instituição”.

Ao fechar seu relato, o conselheiro Kleber Pereira lembrou que um dos depoimentos dizia “Somos todos Ary!”, frase que, para ele, não poderia ser mais acertada. “Acrescento, que, se não somos todos Ary, que intentemos ser. Pois, de uma forma ou de outra que se interprete, se formos todos Ary, o corpo técnico-administrativo desta casa sempre estará sempre em outro patamar, como costumam dizer os mais felizes dos fluminenses e cariocas”, defendeu, dando parecer favorável à concessão do título.

A honraria pioneira não ficou registrada apenas nos livros oficiais da Universidade. O carinho conquistado pelo diretor do Departamento Financeiro se espelhou em camisas personalizadas, balões e uma grande faixa, nas sessões do Csepe e do Consun que discutiram o tema. Mais do que companheiros de trabalho, Ary Miranda ganhou uma verdadeira torcida organizada.