Hupe participa de estudo nacional de controle da hipertensão arterial em pessoas com diabetes ou que tiveram AVC

17/05/202110:21

Diretoria de Comunicação da Uerj

O Dia Mundial da Hipertensão Arterial, comemorado em 17 de maio, é uma data para gerar informações e conscientização sobre a necessidade de prevenir esta doença que já atinge 35% da população brasileira. A hipertensão é responsável por desencadear até 80% dos casos de derrame cerebral e 60% dos casos de ataque cardíaco registrados no país. A equipe da Coordenadoria de Comunicação Social do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Comhupe) conversou com Andrea Araujo Brandão, cardiologista e professora da Faculdade de Ciências Médicas (FCM-Uerj) sobre orientações e cuidados na prevenção e tratamento da hipertensão arterial. Além disso, a especialista divulgou que o Hupe está cadastrando pacientes com diagnóstico de hipertensão para um estudo nacional coordenado pelo Ministério da Saúde. O objetivo é acompanhar clinicamente o controle da doença em pessoas com diabetes e também as que tiveram Acidente Vascular Cerebral (AVC). 

Comhupe – Qual é a principal conduta para prevenir e tratar a hipertensão arterial?

Andrea Brandão, médica do Hupe e professora da FCM

Andrea – O primeiro aspecto é não ter excesso de peso, manter um bom peso para sua altura é muito importante. A dieta precisa ser uma composição saudável, pobre em gorduras, pobre em açúcares e rica em fibras. Junto a isso, reduzir a ingestão de sal. É fundamental que comamos apenas 5g de sal de cozinha por dia.

Comhupe – O exercício físico também é indicado?

Andrea – Sim, deve ser regular, de maneira que façamos de quatro a cinco dias por semana uma atividade, pelo menos moderada. Outro fator é não ingerir bebida alcoólica em excesso (por exemplo, diariamente). O uso moderado de bebida alcoólica é até tolerado, mas o excesso aumenta a pressão arterial.

Comhupe – Alguma outra orientação?

Andrea – Não fumar. Assim como é necessário tentar-se evitar as situações de estresse, ou ter alternativas para lidar com ele, utilizando medidas ou atividades que possam relaxar a pessoa que busca prevenir hipertensão.

Comhupe – A senhora tem um projeto especialmente voltado para os pacientes hipertensos?

Andrea –   Sim. É o Projeto OPTIMAL (Optimal Diabetes e Optimal Stroke), do qual sou coordenadora no Hupe. É um protocolo de pesquisa clínica, patrocinado pelo Ministério da Saúde, tendo o Hospital Albert Einstein, em São Paulo, como unidade que organiza e monitora todos os dados inerentes aos mais de 40 centros especializados espalhados por todas as regiões do Brasil e que compõem este projeto. É um estudo grandioso, que visa incluir cerca de nove mil pacientes diabéticos e seis mil que tiveram AVC.

Comhupe – Serão quantos pacientes do Hupe?

Andrea – O Hupe já conta com mais de 200 pacientes incluídos nesse estudo, e busca potencializá-lo, captando e incluindo mais pacientes nos atendimentos. O objetivo é buscar pacientes hipertensos com diabetes, acima de 50 anos, e pacientes hipertensos que tiveram AVC ou mesmo ataque isquêmico transitório, com mais de 18 anos.

Comhupe – A senhora pode explicar um pouco mais sobre este trabalho?

Andrea – A diretriz do estudo é acompanhar esses pacientes por quatro a cinco anos, randomizando-os para uma redução da pressão arterial padrão, que é a recomendada hoje, ou uma redução mais intensa da pressão arterial. Por meio desta dinâmica, o paciente tem as consultas na Cardiologia do Hupe, realizando exames complementares habituais, tais como eletrocardiograma, exames laboratoriais e, quando necessários, também o ECO (ecocardiograma) e o MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial).

Comhupe – Então ele passará a ter acompanhamento somente no projeto?

Andrea – O paciente é acompanhado tanto no Setor de Cardiologia do Hupe, quanto na clínica de origem dele. Portanto, o paciente não perde o seu médico de origem. Se ele tem um neurologista, no caso de um AVC, ou um endocrinologista, no caso do diabetes, ele continua sendo assistido nestas duas frentes: o Hupe e a clínica de origem.

Comhupe – Qual é o objetivo central do projeto?

Andrea – Nossa pergunta de pesquisa é: “Se eu reduzir mais a pressão arterial, eu protejo mais esse indivíduo de desfechos cardiovasculares e de mortalidade?”. Esse é nosso mote, bem simples, que direciona nossa pesquisa. Nossas equipes vão acompanhando a pressão arterial desse paciente e observando como ele evolui ao longo do período de estudo. O objetivo é aumentar proteção e qualidade de vida nos pacientes assistidos.

Comhupe – Como ingressar no projeto?

Andrea – Aos interessados em ingressar no estudo, e que tenham os critérios de inclusão, há uma linha de celular dedicada, através da qual as equipes irão responder ao contato, por telefonema ou WhatsApp. Os candidatos serão convidados a comparecerem ao hospital para uma avaliação com os profissionais envolvidos no estudo. Os pacientes inseridos no projeto para acompanhamento terão toda a dinâmica e exames gratuitos. O ritmo e fluxo de absorção de novos pacientes serão regidos de forma que os profissionais envolvidos no projeto consigam administrar bem as demandas. A divulgação deste projeto é avalizada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Hupe.

CONTATO PARA CADASTRO NO PROJETO

O centro coordenador dos estudos OPTIMAL no Hupe solicita que o contato seja feito por WhatsApp: (21) 96897-7132.

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