Diretoria de Comunicação da Uerj
A aquisição de um terreno de 1.100 m2 na Avenida Marechal Rondon, vizinho à Policlínica Piquet Carneiro (PPC), vai permitir que a unidade de saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) amplie a oferta de serviços em Oftalmologia e Gastroenterologia, reduzindo as filas de espera no Sistema Único de Saúde (SUS). O local, situado no bairro São Francisco Xavier, abrigará um novo prédio destinado às especialidades. A escritura de compra, no valor de R$ 1 milhão, foi assinada na última terça-feira (18) pelo reitor Mario Carneiro.
“Estamos dando um passo importante com essa iniciativa, tanto para a sociedade, porque vamos proporcionar o aumento do número de pessoas atendidas, quanto para nossos profissionais e estudantes, que terão melhores condições de trabalho e ensino”, ressaltou o reitor. Segundo Carneiro, agora começa a fase de planejamento das instalações, com previsão do início da construção em 2023.
De acordo com o pró-reitor de Saúde, Rogério Rufino, o pleno funcionamento deve ser alcançado em 2026. “Leva algum tempo, porque esse é um grande projeto institucional. A Uerj reforça sua responsabilidade social com a população fluminense, com o objetivo claro de melhorar a assistência, totalmente vinculada ao SUS, a pesquisa e a formação de recursos humanos, da graduação à pós-graduação”.
Já o diretor da PPC, Flávio Sá Ribeiro, destacou que a expansão dos serviços ambulatoriais vai contribuir para uma melhor aplicação dos recursos da saúde. “Sabemos da necessidade absoluta de desospitalizar vários processos. Ao diminuirmos internações, cai assustadoramente o custo, em até 80%, sem perdermos a qualidade para o paciente. E liberamos espaço fundamental para que o atendimento hospitalar cresça dentro daquilo que não pode ser substituído, como número de leitos de terapia intensiva, salas de centro cirúrgico, vagas para procedimentos invasivos”, pontuou.
Especialidades com grande procura
O novo prédio terá quatro andares: dois dedicados a cada uma das especialidades – Gastroenterologia e Oftalmologia. Serão oferecidos exames de diagnóstico, como endoscopias e colonoscopias, na primeira área, e refração ocular (com prescrição de óculos), tonometria (com aferição da pressão intraocular), mapeamento de retina, microscopia especular e topografia da córnea, ultrassonografia ocular e tomografia de coerência óptica, entre outros, na segunda área.
Todos esses serviços de saúde da Uerj estão concentrados atualmente no Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), com grande demanda. O professor Ricardo Neves, que coordena a Oftalmologia na unidade e na Faculdade de Ciências Médicas (FCM), explica que a fila de espera para a realização de exames complementares é um dos maiores entraves no atendimento especializado de pacientes nos hospitais públicos. “Leva quase sempre meses ou até um ano. Isto resulta em uma situação gravíssima, que é o retardamento das investigações diagnósticas e o consequente atraso no início do tratamento de doenças que podem ser debilitantes, como o glaucoma, a retinopatia diabética, a retinopatia da prematuridade, os estrabismos da infância, a degeneração macular e muitas outras, com graves repercussões socioeconômicas”, enfatiza.
Para a professora Ana Teresa Pugas, que coordena a disciplina de Gastroenterologia da FCM e o serviço da especialidade no Hupe, o novo centro ajudará a desafogar a demanda reprimida. “Depois da pandemia, nossas agendas ficaram ainda mais lotadas. Agora só temos vaga para colonoscopias no ano que vem. Com dois polos, grande parte dos pacientes com quadros menos complexos poderá ser atendida mais rapidamente”, pondera.
Segundo a médica, são realizados cerca de 900 exames no setor por mês. Já na Oftalmologia, são mais de 2.800 consultas e 630 exames mensais.
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