Diretoria de Comunicação da Uerj
O campus Maracanã da Universidade do Estado do Rio de Janeiro se tornou palco de uma proposta inédita de ocupação do espaço universitário: a realização da colônia de férias “Expedição Descobertas: aventuras na Uerj”. Promovido pela Superintendência de Equidade Étnico-racial e de Gênero (Supeerg), o evento recebe, de 21 a 25 de julho, 100 crianças entre 5 e 12 anos, das comunidades interna e externa, para participarem de atividades lúdicas, culturais e educativas, como contação de histórias, artes plásticas, experimentações práticas, canto, dança e passeios pela unidade.
A cerimônia de abertura aconteceu na última segunda-feira (21) no Auditório Cartola, no Centro Cultural da Uerj, e contou com a presença da reitora Gulnar Azevedo e Silva; da superintendente de Políticas Étnico-raciais e de Gênero, Patrícia dos Santos; do pró-reitor de Políticas e Assistências Estudantis (PR4), Daniel Pinha; da assessora de Políticas de Apoio às Maternidades e Infâncias da Supeerg, Maíra Freitas; da coordenadora do Núcleo de Apoio Experimental em Bioquímica (Naeb) da Faculdade de Formação de Professores (FFP), Hellen Beiral; da responsável pela Coordenadoria de Artes e Oficinas de Criação (Coart), Ilana Linhales, e os responsáveis pelas crianças.
Idealizadora e coordenadora do evento, Maíra Freitas explicou que o projeto teve como inspiração a Colônia de Férias Futuros Cientistas, na FFP, em São Gonçalo. “Aqui na Uerj, temos muitas experiências exitosas que, muitas vezes, não são visibilizadas. O meu papel, na construção da política das infâncias e maternidades, na qual a Supeerg tem investido, é entender quais são essas experiências que podem nos inspirar. Nesse caso, foi o trabalho desenvolvido pela professora Hellen, na FFP. Se não fosse ela, que gentilmente nos passou todos os documentos e toda a experiência de uma atividade que já está na oitava edição, não estaríamos aqui hoje, iniciando a nossa colônia de férias”, declarou.
Universidade também é lugar de criança
Maíra agradeceu à gestão atual da Uerj, que tem entendido a Universidade também como espaço de criança. “Isso não é pouca coisa. Historicamente, as universidades são espaços machistas, misóginos, adultocêntricos. Estamos tendo a oportunidade de ter um espaço para as crianças, entendendo que elas não são apenas acompanhantes dos adultos; elas são potência”, afirmou.
Segundo a reitora Gulnar Azevedo e Silva, a Universidade é um espaço para as famílias, em todas as idades. “É um prazer enorme ver que nós, hoje, estamos conseguindo realizar um sonho, que é abrir as portas da Uerj para receber crianças e poder trabalhar, dentro da perspectiva de uma universidade, o que podemos oferecer a elas. E a Uerj tem muito a oferecer”, declarou.
Acolhimento, inclusão e acessibilidade
Além das crianças, a experiência de participar da “Expedição Descobertas” tem sido transformadora também para os responsáveis por elas. Grasiele de Freitas, mãe da Flávia, 9 anos, aluna do 4º ano do CAp-Uerj, soube da colônia de férias pelas redes sociais. “Estou sempre atenta aos perfis do Instagram relacionados à Universidade”, explicou. Grasiele revela que a filha já frequenta a instituição há algum tempo. “A Flávia ama a Uerj. Ela faz ginástica artística aqui e quer vir sempre. Também já viemos ao teatro, e sempre que eu posso, nós voltamos. Mas participar de uma colônia de férias gratuita como essa, pensada para as crianças, com programação cultural, realmente foi um diferencial este ano”, completou.
Uma das propostas da colônia de férias da Supeerg é ser inclusiva, possibilitando a participação de todas as crianças. Eliane da Rocha, mãe da Alice, 10 anos, aluna do Instituto Benjamin Constant, relatou a satisfação de perceber a filha inteiramente integrada às atividades. “É a primeira colônia de férias de que ela participa. Sempre tive medo de ela não ser acolhida, por ser uma criança com deficiência. Mas desde o e-mail de confirmação da inscrição, senti muita segurança. A brinquedista se apresentou, procurou saber das necessidades da Alice e chamou a monitora para nos apresentar. Tudo com muito carinho. Ela está sendo respeitada, e está feliz. Isso vale todo o esforço para estar aqui”, ressaltou. “Espero que a Uerj continue com essa proposta, e que outras mães vejam isso e sintam confiança em trazer seus filhos com deficiência”, acrescentou.
A primeira de muitas
A primeira edição da colônia de férias da Supeerg acontece com a perspectiva de continuidade. Patrícia dos Santos destacou a intenção de dar prosseguimento ao projeto. “Pretendemos realizar muitas outras colônias de férias, aqui e em outros campi, porque acreditamos muito na presença das crianças na Universidade. Pensando, inclusive, no futuro, porque elas começam a se relacionar com esse espaço e entendem que aqui também é o lugar delas. E isso é muito importante para nós”, frisou a superintendente.
A colônia de férias “Expedição Descobertas: aventuras na Uerj” recebeu quase 300 inscrições para as 100 vagas disponíveis. Para Patrícia, conseguir atender todas as crianças que queiram participar é só uma questão de tempo. “Gostaríamos muito de ter aqui, hoje, todas as crianças que foram inscritas. Não conseguimos. Mas vamos conseguir, porque agora essa é a nossa meta. Vamos nos preparar e montar uma estrutura para que isso seja possível”, concluiu.
Fotos: George Magaraia
