Diretoria de Comunicação da Uerj

A Uerj participou, na última terça-feira (11), de uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), que debateu as condições de trabalho dos servidores da instituição. O encontro foi marcado a pedido dos representantes da Asduerj e do Sintuperj, que informaram uma série de medidas que têm causado prejuízo financeiro aos trabalhadores da Universidade, como a interrupção do pagamento da segunda e da terceira parcelas de recomposição salarial dos servidores estaduais (Lei 9.436/21), em 2022 e 2023, respectivamente; da falta de pagamento dos Índices de Preços ao Consumidor Amplo (IPCAs), a inflação oficial, de 2023 a 2025, e da extinção do adicional por tempo de serviço (triênios).
A sessão foi presidida conjuntamente pela deputada Élika Takimoto (PT), presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia; a deputada Dani Balbi (PCdoB), presidente da Comissão de Trabalho, e o deputado Flávio Serafini (Psol), presidente da Comissão de Servidores Públicos. Os parlamentares anunciaram a apresentação de emendas à Lei Orçamentária Anual (LOA), visando garantir mais recursos para a Universidade.
De acordo com os dados apresentados pelo presidente da Associação dos Docentes da Uerj (Asduerj), Gregori Magalhães, pela coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro (Sintuperj), Regina Souza, entre outros servidores, as perdas salariais acumuladas chegam a cerca de 25%, desde 2021, e a 110%, desde 2001, consequência da inflação e da interrupção do pagamento das parcelas de recomposição previstas na Lei 9.436/21.

Em seu discurso, a reitora Gulnar Azevedo e Silva ressaltou o impacto da defasagem orçamentária no funcionamento da Uerj e na permanência de seus servidores. “O Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), por exemplo, ajuda a diminuir a fila do SUS, prestando atendimento especializado de excelência. Esse tratamento, cuidado e assistência, além da formação que oferecemos, têm que constar como necessários ao estado do Rio de Janeiro”, afirmou. “Não há crescimento de um país sem investimento público nas universidades. E o que está sendo colocado aqui é muito grave. Nós sentimos que, apesar de tudo o que fazemos, com toda nossa dedicação e trabalho, há uma defasagem salarial enorme. Nossa preocupação é que não vamos conseguir manter os profissionais que temos hoje”, acrescentou.
Já o vice-reitor Bruno Deusdará apresentou números que demonstram o tamanho e a relevância da Uerj para o estado do Rio de Janeiro. “Somos mais de 36 mil estudantes, somando alunos de graduação, de pós-graduação e da educação básica do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (Cap-Uerj). Somos 6.032 técnico-administrativos, 3.046 docentes e 2.350 trabalhadores terceirizados, na segurança, no apoio administrativo, na limpeza, motoristas e em outras atividades importantes para a manutenção do bem-estar da nossa comunidade, como a oferta da alimentação em diversos campi”, frisou.
Deusdará admitiu a dificuldade, mas também o compromisso de gerir a Uerj com as limitações orçamentárias. “Esses números já demonstram o tamanho do desafio diário que é administrar a Universidade com o orçamento que temos disponível atualmente. Temos cuidado, com muita atenção e responsabilidade, de cada centavo do dinheiro público investido. Esse quadro aqui apresentado mostra uma certa dissonância entre a enorme contribuição e o compromisso que nós temos e a remuneração e as condições de trabalho dos nossos servidores técnicos e docentes”, concluiu.
Fotos: Agnes Rissardo