Prezados Amigos Uerjianos

15/12/201912:53

Diretoria de Comunicação da Uerj

Parece que foi ontem que assumimos a gestão da UERJ, mas, na verdade, os quatro anos do mandato já se passaram. Assim, é chegado o momento de agradecer a todos que estiveram juntos, para que conseguíssemos levar avante o grande anseio de ver nossa Universidade ainda mais grandiosa e fortalecida.

Passamos por graves percalços nesse período, sobretudo em 2016 e 2017. Todos aqueles que, há muitos anos, militam na UERJ, referem que as dificuldades por que passamos recentemente foram as mais críticas e de mais difícil abordagem.

As frequentes reuniões com os diretores de unidades – Fórum de Diretores – foram cruciais e determinantes para que não naufragássemos e enterrássemos, de vez, o desejo sempre perseguido de uma universidade forte, autônoma, pública, gratuita e socialmente referenciada.

Ruy – E, ainda mais, eu tive que me afastar por cinco meses, devido a graves problemas de saúde. Agradeço a competência, a honradez, a honestidade, a lealdade e, sobretudo, a amizade da Professora Maria Georgina Muniz Washington, que soube conduzir muito bem a UERJ, nesse período. Este é um grande agradecimento que faço: obrigado, Professora Georgina!

O período extremamente difícil por que passamos somente começou a ser revertido a partir do primeiro trimestre de 2018, quando o pagamento de salários e bolsas começou a se regularizar, o que, felizmente, se mantém até hoje. Também, desde a mesma época, os pagamentos às empresas contratadas começaram a se tornar mais frequentes, sendo quitados, inclusive, durante esse ano de 2018, alguns dos débitos colocados como restos a pagar (RP) acumulados em anos anteriores.

Algumas importantes conquistas, junto ao legislativo fluminense, puderam ser contabilizadas neste quadriênio, como por exemplo, aperfeiçoamentos dos planos de carreira de servidores docentes e técnico-administrativos, aumento no valor das bolsas estudantis da graduação e a renovação da lei de cotas.

Foram conquistas que contaram, sem dúvida, com efetiva mobilização e participação da comunidade Uerjiana e das associações de alunos (DCE), docentes (Asduerj) e técnico-administrativos (Sintuperj).

Para os docentes, foram criados novos níveis nas categorias auxiliar e assistente, bem como a possibilidade da promoção para professor titular, atendidos critérios específicos. No tocante ao regime de dedicação exclusiva, com o advento da Lei 8.267, de 27 de dezembro de 2018, pretendeu-se conquistar a segurança jurídica para a fixação de proventos de aposentadoria aos docentes optantes por essa modalidade de trabalho. O que se objetivou foi que isso ocorresse sem criação de nova despesa durante a vigência do Regime de Recuperação Fiscal do Estado, embora tal decisão continue a ser contestada pelo Comitê de Monitoramento.

Para os servidores técnico-administrativos, foram criados mais níveis na carreira, como um todo, com diminuição do interstício para progressão. Além disso, foram criados novos níveis para a progressão de auxiliares universitários (AUs).

Projetos de lei, que ameaçavam a autonomia da Universidade, foram combatidos e arquivados, com o importante apoio de parlamentares, em constante diálogo com a Universidade.

Outra grande vitória alcançada foi a aprovação pela Alerj, por unanimidade, da proposta de Emenda Constitucional (PEC) 47/2017 (e que se transformou na Emenda Constitucional n.º 71), que passaria a garantir o repasse mensal do orçamento, na forma de duodécimos, às universidades estaduais do Rio de Janeiro – UERJ, UENF e UEZO.  A partir de 2018, o Executivo seria obrigado a transferir às três instituições estaduais de ensino superior, por meio de duodécimos, no mínimo 25% do orçamento aprovado para cada uma delas; esse percentual subiria para 50% em 2019 e deverá atingir 100% a partir de 2020.

Contudo, na prática, nenhum repasse orçamentário/financeiro se realizou, até o momento. Espera-se que, a partir de 2020, quando o dispositivo constitucional prevê o repasse da totalidade do orçamento, isso passe a ser cumprido. Isso permitirá que a priorização dos gastos seja realizada pela própria Universidade, proporcionando maior previsibilidade, eficiência, responsabilidade e transparência na execução orçamentária.

É muito importante que se realce o fato de que, com a mudança do Governo Estadual, ocorrida a partir de janeiro de 2019, tudo que vem sendo executado neste ano encontra-se com o pagamento absolutamente em dia, em contraposição ao que aconteceu em anos anteriores. Isso é o que vem possibilitando a realização (sem interrupção) das muitas obras que vimos executando e a aquisição de muitos novos equipamentos. Entretanto, também é indispensável ressaltar que dívidas inscritas como RP (restos a pagar) não vinham sendo regularmente quitadas, gerando problemas com fornecedores. Somente há pouco, em meados do mês de novembro e agora, em dezembro, ocorreu o pagamento de maior número dessas dívidas. Embora ainda restem dívidas de anos anteriores, elas foram significativamente minimizadas.

Em janeiro de 2019, inauguramos a Livraria EdUERJ, em espaço privilegiado de nossa Universidade. Passado já quase um ano, podemos dizer que ela tem sido um absoluto sucesso. Ainda se prevê que, no mesmo local, em curto espaço de tempo, possam ser oferecidos artigos básicos de papelaria e materiais com a marca UERJ.

Muitos projetos, sobretudo de recuperação da infraestrutura da universidade, mas também de investimento, foram executados ou estão sendo concluídos, objetivando a garantia da acessibilidade essencial e da recuperação da infraestrutura básica para a usabilidade das muitas dependências da UERJ, tanto no Campus Maracanã quanto em nossos 16 Campi e Unidades Externas.

Um motivo de grande alegria, para todos nós, é a recuperação do Teatro Noel Rosa, que se encontrava fora de operação desde 2012 e que foi recentemente devolvido à comunidade Uerjiana, por ocasião da comemoração dos 69 anos e início da celebração dos 70 anos da Universidade, em 4 de dezembro.

Dentre as muitas obras realizadas no nosso Complexo de Saúde, destacam-se a conclusão do prédio que abrigará o Centro de Pesquisa Clínica Multiusuário do HUPE (CePeM-HUPE) e o novo almoxarifado (uma grande carência da unidade, desde o incêndio de grandes proporções, ocorrido em 2012), inaugurados em 9 de dezembro. Somente citando dois exemplos, dentre os muitos equipamentos que foram adquiridos, estão o sistema para Cirurgia Robótica com a tecnologia mais avançada disponível e o Ultrassom Focal de Alta Intensidade (HIFU) para tratamento do câncer de próstata.

Muitos outros equipamentos foram adquiridos, para diversas unidades, buscando a atualização tecnológica de nossos laboratórios e clínicas.

Atualmente, temos em torno de 25 mil alunos de graduação no ensino presencial; 8 mil alunos de graduação no ensino a distância; 6 mil alunos de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado); 2 mil alunos de pós-graduação lato sensu (especialização) e mais 1.000 alunos de ensino básico, no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira. Ou seja, são cerca de 42 mil alunos. Com nossos 2.700 docentes e 5.800 técnico-administrativos efetivos (números aproximados), formamos uma comunidade que supera 50 mil pessoas. Se levarmos em consideração que cada uma dessas pessoas pertence a uma família com mais dois a quatro membros… trata-se de um número superior a 200 mil pessoas, maior que o encontrado na população da maioria dos municípios fluminenses.

Esse número ressalta, de forma incontestável, a nossa responsabilidade, sob todos os aspectos!

Ruy – Devo toda a minha formação profissional à UERJ e sou muito grato a isso! Aqui entrei, em 1973, aos 18 anos de idade recém-completados, para cursar Medicina na Faculdade de Ciências Médicas (FCM). Após graduado, minha especialização em Cirurgia Geral se deu no nosso Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE), onde cursei três anos de residência médica. Após a residência, continuei no HUPE, como voluntário, até que fui efetivado como médico do Serviço de Cirurgia Geral.

Ruy – Nessa época, ainda não dispúnhamos de muitos programas de pós-graduação, notadamente na minha área de atuação, e, em 1989, tive que sair para cursar o Mestrado em Cirurgia Gastroenterológica na Universidade Federal Fluminense. Em 1994, participei de concurso para Professor Assistente, sendo contratado logo no ano seguinte. Em 2000, foi criado o Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE), sob minha coordenação. Mais uma vez, precisei sair para cursar o Doutorado (em Técnica Cirúrgica e Cirurgia Experimental), concluído em 2001, desta vez na Universidade Federal de Minas Gerais. Em 2003, na FCM, foi criada a disciplina de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, que, desde o início, tive a honra de coordenar.

A criação do LCE e da disciplina favoreceram, sobremaneira, a criação do Programa de Pós-graduação em Fisiopatologia e Ciências Cirúrgicas (PG-Fisiocirurgia), do Departamento de Cirurgia Geral da FCM, em parceria com docentes do Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes – IBRAG, em 2006.

Foi mais ou menos nesse período, segunda metade da década de 1990 e início da década de 2000, que a UERJ passou a experimentar um grande crescimento de sua pós-graduação stricto sensu, em todas as áreas. Hoje, são 67 programas de pós-graduação (20 no Centro Biomédico – CBI; 19 no Centro de Educação e Humanidades – CEH; 17 no Centro de Tecnologia e Ciências – CTC; e 11 no Centro de Ciências Sociais – CCS) e mais de 500 laboratórios de pesquisa em funcionamento. Destaca-se também o aumento do número de redes nacionais de pós-graduação em que a UERJ participa, sendo a maioria para o oferecimento de mestrados profissionais.

Nos últimos anos, além da ampliação do número de programas, também ocorreu melhoria na qualificação dos cursos de mestrado e de doutorado oferecidos. A curva é ascendente em todos os conceitos, destacando-se que o número de cursos de excelência (conceitos 6 e 7) mais do que dobrou na avaliação trienal da Capes de 2013 (de três para sete cursos). A partir da última avaliação (que passou a ser quadrienal), em 2017, continuamos com um programa conceito 7 (Educação) e aumentamos de sete para oito programas de excelência. O incremento de cursos com conceito 5 foi superior a 50%, o que coloca a UERJ entre as grandes universidades do país. Destaca-se que os cursos conceito 3 são, em sua maioria, novos, recém-criados, e, por isso, ainda não avaliados plenamente em seu funcionamento, e equivalem a apenas 18% do total de cursos, destacando-se, ainda, que praticamente a metade desses cursos se refere a mestrados profissionais.

Queremos deixar registrado o nosso profundo agradecimento pelo empenho e pela dedicação de todos os profissionais que atuam na UERJ – servidores técnico-administrativos e docentes –, bem como dos funcionários de empresas contratadas para a realização dos serviços de manutenção da nossa infraestrutura, pelo grande apoio que tivemos em todos os anos desta gestão.

Sim, todos os profissionais envolvidos merecem ser lembrados neste momento! Todos que, mesmo esgotados pelas dificuldades operacionais internas e pelas instabilidades emocionais decorrentes, especialmente do não recebimento regular de salários, se desdobraram para que pudéssemos continuar a oferecer um ensino de qualidade, que propiciasse a formação necessária aos nossos estudantes.

Aos estudantes, razão maior da nossa existência como instituição, agradecemos, em especial, por estarem juntos conosco durante todo esse período, lutando pela Universidade de qualidade que sempre queremos e defendemos, resistindo, apontando a necessidade de correções de rumos, nos inspirando e contribuindo com suas experiências e vivências para fazer a UERJ avançar, a cada dia.

Agradecemos muito aos Sub-reitores – Tânia Maria de Castro Carvalho Netto (SR1), Egberto Gaspar de Moura (SR2) e Elaine Ferreira Torres (SR3) –, que desempenharam com grande brilho as suas funções e participaram ativamente de todos os momentos por que a Universidade passou nesses últimos quatro anos.

De forma similar, agradecemos a todos os dirigentes dos órgãos vinculados à Administração Central, aos diretores de Centros Setoriais e à diretoria das Unidades Acadêmicas e Administrativas. Temos certeza que não teria sido possível chegarmos a este fim sem a participação ativa e amiga de todos! Muitos foram reeleitos para mais um mandato à frente de suas Unidades ou foram convidados a continuar na nova gestão, prova irrefutável do reconhecimento do belo trabalho que realizaram.

Uma menção mais do que especial ao Chefe de Gabinete da Reitoria, Roberto Dória, sempre presente, com seu aconselhamento sensato e oportuno, absolutamente indispensável durante todo o nosso mandato.

Agradecemos a todos vocês que nos ajudaram, e muito, a superar a grande crise por que passamos e, mais do que isso, se esforçaram para que, apesar de tudo, ainda continuássemos a lutar pelo crescimento e fortalecimento de nossa universidade, um êxito que todos nós, juntos, sem dúvida, alcançamos.

Sim, sem qualquer dúvida, e graças ao empenho de todos os Uerjianos, a nossa UERJ cresceu, cresceu muito e continuará a crescer. E, a cada dia, se transformando em um lugar ainda melhor!

Queremos, por fim, ressaltar a enorme satisfação e honra que tivemos, neste período 2016/2019, de termos sido o Reitor e Vice-reitora de uma das mais importantes e prestigiadas universidades públicas do País e da América Latina, como atestam todos os ranqueamentos nacionais e internacionais. Muita honra para nós! Obrigado!

Deixamos a reitoria com a certeza de que nos esforçamos ao máximo possível para cumprir a missão que nos foi confiada. Com toda a certeza, queríamos muito mais e continuamos querendo, mas estamos saindo felizes e em paz, tenham absoluta certeza disso.

Aos Professores Ricardo Lodi e Mário Sérgio Carneiro, junto à equipe que assumirá a Administração Central da Universidade a partir de janeiro de 2020, desejamos muito sucesso e nos colocamos à disposição para ajudar no que for possível.

Aos amigos alunos, docentes e técnico-administrativos de toda a nossa UERJ, desejamos um Final de Ano e um 2020 muito especiais!

Boas Festas a todos, com muita paz, saúde e felicidade!

VIVA UERJ!!! UERJ VIVA!!!

 

Maria Georgina Muniz Washington

Ruy Garcia Marques