Diretoria de Comunicação da Uerj
A simulação de um corpo humano é exibida na lousa interativa e três graduandos em medicina exploram, simultaneamente, os tumores no intestino do paciente fictício. Em outra sala de aula, futuros engenheiros estudam a simulação 3D de uma construção. Já no Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj), alunos do ensino fundamental resolvem problemas matemáticos usando a nova ferramenta tecnológica. Esses são apenas alguns dos exemplos de possibilidades de ensino-aprendizagem utilizando as 60 lousas interativas adquiridas pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Todas as unidades acadêmicas da Universidade já dispõem de, no mínimo, uma sala de aula com a lousa interativa. Algumas unidades administrativas também receberam o equipamento que funciona como um tablet de 86 polegadas, com recurso multitouch, que reconhece várias mãos simultaneamente. Dessa forma, docentes e estudantes podem interagir ao mesmo tempo na tela, em sala de aula.
“Qualquer aplicativo disponível para Android pode ser instalado nas lousas. Por elas, é possível realizar reuniões ou aulas híbridas, acessar a internet, ver vídeos, manipular objetos multimídia em tempo real, rotear wi-fi, salvar o conteúdo em PDF, gerar gráficos, elaborar testes compartilhados em tempo real via QR Code, entre diversas outras funcionalidades. Ou seja, é possível fazer tudo o que um quadro normal faz e muito mais”, avalia Fábio Moraes, diretor-geral de Tecnologia da Informação da Uerj.
Diferentemente de um projetor conectado ao computador, as lousas interativas possuem usabilidades digitais que permitem a diversificação das metodologias de ensino. Para isso, a figura do professor é fundamental.
“É importante ressaltar que a inovação está no uso dessas tecnologias, não apenas em tê-las. Cada docente encontrará algo inédito ao explorar esses recursos. É um processo de descoberta contínua, no qual o educador se forma no seu fazer cotidiano pedagógico, aprendendo com os estudantes e seus pares”, ressalta Alexsandra Barbosa, coordenadora do Laboratório de Tecnologias de Informação e Comunicação (Latic) e doutoranda da Faculdade de Educação.
Duas capacitações para o uso dos aparelhos foram oferecidas no início de 2023 para os docentes e técnicos administrativos. Além disso, um manual está em produção para ser disponibilizado on-line em breve. A recomendação da equipe responsável pela implementação dos equipamentos é de que cada unidade acadêmica pesquise os aplicativos pertinentes para auxiliar no processo de compreensão dos conhecimentos específicos daquela unidade ou programa. A perspectiva da interatividade pode ser valiosa, principalmente em disciplinas que exijam intervenções práticas, compreensão de conceitos complexos e manipulação de variáveis.
Confira uma demonstração do uso das lousas interativas:
Formando uma nova geração de educadores
As lousas interativas atendem às demandas atuais da Universidade, mas servem igualmente de referência para os matriculados nas licenciaturas conhecerem as potencialidades da tecnologia, como facilitadora de métodos pedagógicos conectados à cibercultura.
“É fundamental repensar o modelo tradicional de ensino com todo mundo sentado virado para frente, o aluno só ouvindo. Esses formatos não dão mais conta da realidade”, explica Márcia Taborda, diretora do Departamento de Desenvolvimento Acadêmico e Projetos de Inovação (Dapi), da Pró-reitoria de Graduação (PR1), e professora da Faculdade de Educação. “Podemos utilizar as lousas interativas para formar sujeitos para o futuro, e não falo somente dos licenciados. Queremos estimular, por exemplo, graduandos de ciências computacionais a criarem aplicativos que revolucionem as formas de ensino”.
Criado em 2020, o Dapi esteve à frente da expansão do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), com a Diretoria-Geral de Tecnologia da Informação (DGTI). Antes da pandemia, eram cerca de 6 mil estudantes na plataforma. Em julho de 2023, o total já ultrapassa 43 mil.
“Acreditávamos que, com o retorno do ensino presencial, o AVA seria pouco utilizado. Entretanto, o uso segue alto por parte dos professores para disponibilizarem materiais multimídia, entre outras funções. Isso evita os gastos com cópias e auxilia alunos com deficiência visual, que acessam os conteúdos com leitores de tela”, comenta Márcia.
Ligado ao Dapi, o Latic busca fomentar o uso das tecnologias digitais no âmbito da graduação. No contexto do ensino híbrido, quando a comunidade da Uerj estava gradualmente saindo do modelo remoto pandêmico, o laboratório ganhou um edital da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) para aquisição de 13 robôs com inteligência artificial chamados Educart, como apoio na produção de aulas e reuniões híbridas. Retomado o formato presencial, os robôs seguem sendo aproveitados para funcionalidades como participação de pesquisadores e palestrantes internacionais nas aulas de pós-graduação, ou mesmo para aulas remotas excepcionais na graduação. Uma das grandes vantagens do recurso é ser portátil, permitindo que mais espaços da instituição possam ser atendidos.
Soluções tecnológicas como as lousas interativas, robôs e ambiente virtual são algumas das formas de estimular a inovação pedagógica e proporcionar uma experiência mais dinâmica, acessível e enriquecedora para os alunos da Uerj.
Assista à reportagem sobre o tema exibida em janeiro de 2023 no programa “Uerj em Pauta”, disponível no canal da TV Uerj: