Teatros da Uerj abrem segundo semestre com programação diversificada de espetáculos populares

08/07/202412:46

Diretoria de Comunicação da Uerj
Teatro Odylo Costa, filho comemora 27 anos este mês

 

Com um repertório diverso e inclusivo de linguagens e temas, composto por espetáculos de música, dança e dramaturgia, além de eventos políticos, literários e acadêmicos, os teatros da Uerj no campus Maracanã têm sido, literalmente, palco de espetáculos memoráveis, desde que foram inaugurados. E durante o período de férias acadêmicas não será diferente. Encerrando um primeiro semestre de intensa programação, o destaque é a comemoração dos 27 anos do Teatro Odylo Costa, filho, no dia 26 de julho, a partir das 17 horas. Para celebrar a data, a Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem (OSBJ) traz um repertório especial, com obras do tcheco Antonín Dvořák e do norueguês Edvard Grieg. Os ingressos são gratuitos, mas devem ser retirados antecipadamente pela internet.

OSBJovem se apresenta no dia 26/7 no Teatrão

O ritmo volta a acelerar em agosto: de 10 a 17/8, a Uerj recebe o Festival Internacional Riocello Festival, realizado em parceria com os Projetos de Extensão Concert Uerj e Palco das Escolas, com atrações nacionais e internacionais. Além de concertos musicais, serão oferecidas masterclasses gratuitas nos teatros Odylo Costa, filho e Noel Rosa.

Já o Projeto Happy Uerj, um evento temático com clima de sarau que promove a integração entre a comunidade interna da Uerj, acontece no dia 16 de agosto, no hall do Teatro Odylo Costa, filho.

E fechando o mês, nos dias 29, 30 e 31, o público terá a oportunidade de assistir às apresentações do espetáculo de dança “Odara”, do Coletivo Muanes – selecionado pela primeira Convocatória CTPEC –, que integrará a programação do projeto Vitrine Uerj, no Teatro Noel Rosa, no Centro Cultural da Uerj.

A gestora cultural e diretora da Divisão de Teatro (Diteatro), Rafaella Furtado, reforça que o principal objetivo da Universidade em relação aos seus teatros é possibilitar a democratização do acesso à cultura. Ela destaca dois fatores fundamentais nesse sentido. “Estamos ao lado de estações de trem e metrô e rodeados por pontos de ônibus para quase todas as regiões da cidade, possibilitando o acesso de um público carente de opções culturais, com ingressos a preços populares e até gratuitos”, afirma.

Iniciativas para formação de plateia

Os teatros da Uerj – Odylo Costa, filho, Noel Rosa e Concha Acústica Marielle Franco – desenvolvem diversas iniciativas com o objetivo de levar as pessoas para os espetáculos e formar culturalmente o público. Ao todo, são oito projetos que integram a comunidade interna da Universidade com a população carioca, estimulando a troca de saberes. O Prosacine promove debates a partir da exibição aberta de filmes; o Happy Uerj é um evento intimista que promove a integração da comunidade uerjiana, por meio de encontros musicais e de manifestações artísticas; o Caixa Cênica mostra os bastidores do teatro com visita guiada pelo palco para ampliar os conhecimentos do público sobre as estruturas por trás das cortinas; o Uerj em Casa valoriza talentos da comunidade interna da Universidade e possibilita que eles apresentem seus trabalhos nos palcos da instituição; no Conversa de Artistas, convidados falam sobre a carreira e vida nos palcos; e o Concert Uerj traz orquestras para realizarem apresentações nos palcos da Uerj.

Teatro Noel Rosa

Rafaella destaca dois projetos que considera fundamentais para a democratização do acesso à cultura. Um deles é o Palco das Escolas, em que os alunos da rede pública de ensino assistem a espetáculos na Universidade em uma sessão exclusiva. “Esse projeto é bem emblemático em relação à formação de plateia para a cultura porque desperta nas crianças o interesse por um tipo de entretenimento que concorre com as telas eletrônicas, que predominam atualmente”, explica.

Outro projeto é o Vitrine Uerj, que oferece os palcos da Universidade para novos artistas com todo o suporte técnico necessário. “A Uerj disponibiliza para os artistas equipamentos de qualidade e apoio da equipe técnica, composta por cerca de 50 pessoas. Recebemos elogios das produções que não estão acostumadas com essa estrutura em teatros públicos”, compartilha Rafaella.

Palcos de grandes nomes

Em 2023, uma parceria entre a Uerj e a Orquestra Sinfônica Brasileira Jovem (OSBJ) abriu espaço para a realização de ensaios no Teatro Odylo Costa, filho. Depois de um período de 11 anos inativa, a OSBJ voltou aos palcos reunindo 51 músicos entre 16 e 30 anos, selecionados por critérios de inclusão e diversidade social.

Concha Acústica Marielle Franco

Grandes talentos protagonizaram espetáculos na Uerj. O primeiro show da Concha Acústica Marielle Franco aconteceu na década de 1970, com Dona Ivone Lara. Seu Jorge, hoje ator e cantor consagrado, também pisou nos palcos da Uerj, ainda no início de sua carreira.  Na extensa lista de artistas famosos, estão também Zeca Pagodinho, Camila Pitanga, Beth Goulart – interpretando Clarice Lispector –, e Wagner Moura, com a obra “Hamlet”.

Acessibilidade

Atento à importância de promover a acessibilidade cultural, o Departamento Cultura (Decult) da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PR3) da Uerj criou o Laboratório de Acessibilidade Cultural (LAC), uma Unidade de Desenvolvimento Tecnológico (UDT) que busca tornar os espetáculos, exposições e demais atividades inclusivos para todas as pessoas. Um dos grandes desafios ao qual o LAC tem se dedicado é encontrar soluções de acessibilidade para pessoas com deficiência física. “Passamos a disponibilizar tecnologias assistivas voltadas para o acesso cultural. Nas temporadas de espetáculos, tem sempre ao menos uma sessão com intérprete de Libras, e colocamos isso como uma prioridade dentro da nossa atividade”, explica a diretora da Divisão. “Instituimos uma política de sempre incentivar as produções externas a pensarem na proposta de acessibilidade de seus espetáculos. Uma equipe do LAC presta consultoria especializada. Temos recebido muitos elogios por isso e muitos produtores nos contam que, pela primeira vez, foram questionados sobre a acessibilidade cultural em seus espetáculos”, complementa Rafaella.

Raphael Arah, pesquisador do LAC, explica que a construção da acessibilidade começa muito antes de o espetáculo acontecer. “Planejamos tudo desde a divulgação, incluindo janelas de Libras em vídeos promocionais e audiodescrição de todos os cards nas redes sociais”, afirma. Além da acessibilidade na divulgação e durante os espetáculos, em algumas apresentações é oferecida a visita tátil ao palco, quando a pessoa pode tocar nos objetos cênicos, no cenário e no figurino. “Isso traz mais informação para o público com deficiência visual que, em seguida, vai apreciar o espetáculo”, acrescenta Arah.

O LAC também tem trabalhado para formar toda a equipe envolvida nas apresentações no que chamam de acessibilidade atitudinal. Trata-se de um conjunto de práticas que promovem a mudança do olhar e da percepção sobre a pessoa com deficiência, a fim de possibilitar que todos, com qualquer característica, possam ter as mesmas condições de acesso, sem nenhuma barreira. “Os orientadores de plateia, a equipe técnica, a recepção e a produção – todos que recebem o público – passam pelo treinamento. A formação ensina, por exemplo, sobre as formas adequadas de atendimento da pessoa com deficiência visual e a introdução à linguagem de Libras”, descreve o pesquisador.

Para o futuro, a Divisão de Teatro quer fortalecer a parceria com o LAC para ampliar as tecnologias assistivas voltadas para o acesso cultural e também consolidar a programação artística. “Espero que os teatros tenham cada vez mais uma pauta artística atuante, que consiga ampliar sua inserção no circuito cultural para que sejam visualizados e frequentados pelos artistas, produtores e público”, conclui Rafaella.

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Fotos: George Magaraia