Diretoria de Comunicação da Uerj
O ano era 2020, a nova Reitoria da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) tomava posse na sexta-feira, 17 de janeiro, com a Capela Ecumênica lotada. A chapa única eleita, formada pelos professores Ricardo Lodi e Mario Carneiro, assumia o compromisso de conduzir uma das maiores universidades do país. Ainda sob o mote da campanha – Orgulho de ser Uerj –, que conquistou mais de 12 mil votos da comunidade uerjiana, a gestão iniciava junto com o desafio de garantir os recursos necessários para o pleno funcionamento da instituição que completava 70 anos, em um cenário de regime de recuperação fiscal do Estado, após a maior crise financeira de sua história. Mas o que ninguém poderia suspeitar é que os desafios seriam ainda maiores.
A pandemia de Covid-19 foi mais do que uma crise sanitária, ela também impactou enormemente a economia mundial e a vida de todos que, de uma hora para outra, tiveram que se adaptar às exigências impostas como lockdown e atividades remotas, para sobreviver. E na Uerj isso não foi diferente.
Em 16 de março de 2020, as atividades presenciais foram suspensas. Em setembro, a Universidade retomou as aulas de forma remota, exigindo que a comunidade acadêmica se reinventasse. Foi necessário promover a inclusão digital dos alunos em vulnerabilidade social, oferecer novas modalidades de bolsas e investir no desenvolvimento de sistemas que permitissem aulas online. Antes de estabelecer o retorno totalmente presencial, a Universidade optou por uma volta gradativa, instalando o sistema híbrido de ensino. E a volta se deu efetivamente somente em 13 de junho de 2022. Durante todo esse período, a atuação das Pró-reitorias foi extremamente importante, inclusive daquelas criadas na gestão: Pró-reitoria de Políticas e Assistência Estudantis (PR4) e Pró-reitoria de Saúde (PR5).
Uerj no enfrentamento da pandemia
A Universidade teve papel relevante no combate à Covid. O Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) e a Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC) foram referências em atendimento à população. O Hupe atuou ativamente nos casos de alta complexidade e criou o Ambulatório Multidisciplinar Pós-Covid-19, inaugurado em 2021. Já a PPC foi fundamental na testagem.
Outras unidades também contribuíram, como o Instituto de Química, produzindo álcool 70, a Escola Superior de Desenho Industrial e o Instituto Politécnico, desenvolvendo EPIs e peças para respiradores. E quando as tão esperadas vacinas chegaram ao Rio de Janeiro, a Uerj se tornou um grande posto de vacinação, com participação ativa da Faculdade de Enfermagem. A ação, iniciada em 1º de fevereiro de 2021, alcançou mais de 95 mil pessoas de diversas faixas etárias, entre elas duas mil crianças.
Destaques da gestão
Além das exigências prementes da pandemia, que demandou alternativas tecnológicas e adaptações no espaço físico para atender aos protocolos de saúde, a Uerj cresceu e se interiorizou ainda mais. Foram necessários investimentos em infraestrutura física e de tecnologia da informação.
Vale destacar a incorporação da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo), atual Campus Uerj Zona Oeste (2022), em Campo Grande; a chegada da Universidade na Região dos Lagos, com o Hospital Universitário Reitor Hesio Cordeiro (2021); o recém-inaugurado Campus Regional Cabo Frio; e a nova sede do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj), em 2022. Também foram realizadas obras e ampliações em outras unidades, como a implantação do Restaurante Universitário do Instituto Politécnico (IPRJ), em Nova Friburgo.
Ao longo desse tempo, a Universidade investiu na recomposição de seus quadros de servidores, realizando 46 concursos da área técnica, para diversos perfis, e 306 concursos para docentes.
Reitor destaca principais realizações em entrevista
O ano vai chegando ao fim e a atual gestão da Uerj se prepara para concluir seu mandato. Mario Carneiro assumiu a Reitoria em abril de 2022, após a renúncia de Ricardo Lodi, de quem era vice-reitor eleito. Em entrevista à diretora de Comunicação Social, Ana Cláudia Theme, o reitor fez um balanço do trabalho dos últimos quatro anos.
No período, marcado tão fortemente pela pandemia, a superação de desafios também surpreendeu. Para Carneiro, houve uma “verdadeira revolução” a partir do esforço de profissionais que mantiveram a Universidade em funcionamento, com aulas na modalidade remota.
Mario Carneiro afirmou que a maior dificuldade na Reitoria é a busca pelo orçamento para manter a instituição. Ele disse esperar que a nova gestão de Gulnar Azevedo e Bruno Deusdará, a partir de 2024, lide bem com a questão. “Torço para que consigam fazer a Universidade ficar maior e melhor”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
