Diretoria de Comunicação da Uerj
Com o objetivo de tirar dúvidas sobre o atual momento da Universidade do Estado do Rio Janeiro (Uerj), a reitora Gulnar Azevedo e Silva e o vice-reitor Bruno Deusdará receberam, nesta quinta-feira (22/8), um grupo de repórteres de diversos veículos. No encontro, os gestores ressaltaram a importância da recente medida adotada (Aeda 038/2024) para assegurar o pagamento de bolsas e auxílios a quase nove mil cotistas e também aos mais vulneráveis (com renda de até meio salário mínimo per capita) que ingressaram por ampla concorrência.
“Sempre estivemos abertos ao diálogo, recebendo as entidades representativas dos alunos, bem como dos servidores técnicos administrativos e docentes. Reconhecemos a importância e a legitimidade do movimento estudantil, defendendo que eles possam criticar as ações tomadas. Só não podemos aceitar formas não naturais de protesto, como depredação do patrimônio público, violência, assédio e ofensas. Contudo, continuamos empenhados em restabelecer e manter o diálogo”, afirmou Gulnar.
Na última segunda-feira (19/8), a Reitoria se reuniu com integrantes do Diretório Central do Estudantes (DCE) e dos Centros Acadêmicos (CAs), com o intuito de avançar nas negociações. Na ocasião, foi apresentada aos discentes uma proposta que garante àqueles que deixarão de receber a Bolsa de Apoio à Vulnerabilidade Social (BAVS) um benefício emergencial no valor de R$ 400 até dezembro, além da tarifa zero no Restaurante Universitário (RU). Também será analisada, caso a caso, a possibilidade de enquadrar esses alunos como cotistas, mediante análise de documentação. Como previsto no Aeda 38/2024, o auxílio-alimentação (R$ 300) continuará sendo pago a quem estuda em campus onde não há RU. O auxílio-creche, agora chamado auxílio primeira infância, foi mantido para todos os atuais beneficiários.
Na conversa com os jornalistas, a reitora salientou que nenhuma Bolsa Permanência, no valor de R$ 706, destinada aos cotistas, foi cortada. Ela lembrou ainda que os auxílios alterados pelo Aeda 038 foram criados durante a pandemia de Covid-19, quando houve sobra de recursos orçamentários. “Na época, a comunidade não foi informada de que não havia sustentabilidade. Desde que assumimos, em janeiro, estamos trabalhando, inclusive com o Governo do Estado, para garantir os pagamentos, estabelecendo critérios visando aperfeiçoar a política de permanência estudantil da Uerj, que muito nos orgulha, pois foi a primeira iniciativa do tipo no Brasil”, declarou.
“Entendemos que ela deve ser mantida, não só com bolsas e auxílios que porventura sejam necessários, mas com acompanhamento pedagógico e atendimento psicossocial, para que os estudantes possam concluir seus cursos”, acrescentou. Como parte dos esforços de aprimoramento, Gulnar e Bruno pontuaram a importância do incremento das bolsas acadêmicas de extensão, iniciação científica, estágio interno e outras modalidades que contribuem para a formação profissional e a inserção dos alunos no mercado de trabalho.
Eles também destacaram que, historicamente, a Universidade, bem como outras instituições públicas de ensino superior, sempre foi subfinanciada, recebendo recursos insuficientes para realizar todas as suas atividades. Segundo o vice-reitor, até o mês de agosto, a Uerj investiu cerca de R$ 111 milhões na assistência estudantil, montante superior à dotação inicial de R$ 96 milhões para todo o ano de 2024. “Para efetuar o pagamento de setembro a dezembro, precisamos de uma suplementação de R$ 50 milhões. A Reitoria precisava agir para garantir as bolsas e os auxílios, especialmente dos estudantes mais pobres e dos cotistas”, frisou Deusdará.
Foto: George Magaraia