Diretoria de Comunicação da Uerj
Localizado em frente ao Museu Imperial, um outro palácio se destaca pela beleza de sua arquitetura, entre os casarões históricos na Rua da Imperatriz, em Petrópolis. Contemporâneo do seu vizinho mais famoso, o Palácio Amarelo, construído em 1850, para servir de residência a integrantes da corte de Dom Pedro II e, atualmente, sede do órgão legislativo da cidade, passa agora – 174 anos depois – por um grande projeto de restauração. Fruto de um acordo de cooperação técnica entre a Uerj e a Câmara Municipal de Petrópolis, iniciado em 2020, o trabalho conta com a participação de alunos e professores do Departamento de Arquitetura e Urbanismo (DAU) da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi) da Uerj, de funcionários da Câmara e o apoio de uma empresa especializada.
A conclusão da primeira etapa do projeto foi celebrada no dia 4 de dezembro, com a reinauguração da Sala da Plenária Hermogênio Silva – a mais relevante do conjunto arquitetônico –, onde ocorrem as sessões plenárias, audiências públicas e sessões solenes. A restauração emergencial permitiu a retomada das sessões presenciais, que estavam sendo realizadas por meio de videoconferência desde o início dos trabalhos. A Câmara Municipal de Petrópolis segue funcionando com capacidade reduzida até o término das obras.
“Sendo Petrópolis uma cidade com uma grande riqueza histórica, cultural e paisagística tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a importância desse projeto é contribuir de uma forma significativa para a preservação desse patrimônio dos séculos XIX e XX, que precisa constantemente de intervenções de restauro”, ressalta a coordenadora do projeto, Maria das Graças Ferreira, do DAU Esdi.
Equipe multi-institucional
A equipe de restauração, composta por 17 integrantes, tratou infiltrações e trabalhou para promover a originalidade do salão, reincorporando alguns de seus ornamentos originais. No processo de preparação da sala, a equipe fez o acondicionamento dos bens móveis, além de proteger os bens integrados, como o piso de tábua corrida, em madeira de lei. Em um segundo momento, os artefatos desprendidos e coletados passaram pela recomposição volumétrica de perdas de material e fixação de fragmentos, para, posteriormente, serem retornados ao local de origem.
A restauradora Luciana Lopes, uma das integrantes da equipe da Imperial Cia. de Restauro e também aluna do curso de Arquitetura e Urbanismo da Esdi, enfatiza a importância da preservação do patrimônio histórico e a salvaguarda da memória coletiva. “O Palácio Amarelo possui relevância no contexto social e político do nosso país. Seria importante que esse espaço, mantido em uso até os dias de hoje, também se tornasse um espaço museal, aberto à visitação pública, com visitas guiadas e a democratização do acervo”, afirma.
Com a renovação do acordo de cooperação técnica, Maria das Graças adianta que a equipe ainda tem muito trabalho pela frente. “O projeto já efetuou o levantamento de interiores, o mapeamento de danos e o restauro do telhado do Palácio. As próximas etapas, a partir de 2025, serão a restauração de todas as fachadas, do hall principal, das escadas, da cúpula e do grande vitral da claraboia. Pelos próximos dois anos, estaremos empenhados na restauração total do prédio”, conclui.