Diretoria de Comunicação da Uerj

A Ouvidoria-geral da Uerj completou 25 anos de atuação reunindo autoridades da Universidade, convidados e parceiros em um momento de compromissos éticos e reflexões. Na tarde do último dia 29 de abril, o setor, que realiza uma ponte entre a instituição e a comunidade acadêmica, festejou seu marco especial no Auditório 11, no campus Maracanã. A cerimônia contou com as presenças da pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa (PR2), Elisabeth Macedo, da ouvidora-geral da Uerj, Isabel Gomes e do ouvidor-geral do Estado do Rio de Janeiro, Eugênio Machado.
Durante o evento, Isabel Gomes destacou a importância do órgão na instituição. “Em uma universidade pública, a Ouvidoria é muito mais do que um canal de atendimento. É um instrumento de comunicação direta da comunidade com a instituição. Acreditamos no diálogo, na mediação e na linguagem respeitosa para enfrentar os desafios diários. Estaremos sempre de portas abertas para ouvir, acolher e buscar caminhos para uma universidade cada vez democrática e inclusiva”, ressaltou.

Na ocasião, foi realizada a assinatura da Carta Compromisso do Movimento de Prevenção e Combate aos Assédios da Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsman (ABO). A iniciativa promove valores como respeito, escuta ativa e integridade, além de prevenir práticas abusivas no ambiente de trabalho e no atendimento ao público.
Participaram da mesa solene a presidente da ABO, Adriana Alvim, e a superintendente de Equidade Étnico-Racial e de Gênero (Supeerg) da Uerj, Patrícia Santos, que prestigiou o trabalho em equipe da Comissão de Combate aos Assédios, Discriminações, Racismo e Injúria Racial (CCADRIR).
“Vários colegas participam da Comissão. É um trabalho do qual muito me orgulho porque é coletivo, com muitas pessoas trocando ideias. Isso faz muita diferença quando a gente tem uma Universidade comprometida com os diversos setores. Ela não é uma política de uma gestão, ela é uma política institucional”, afirmou Patrícia.

Adriana Alvim encerrou o encontro com a conferência “Ouvidoria na Administração Pública Universitária: promovendo o diálogo, a transparência e a participação na gestão acadêmica”. “No Brasil, entre 2020 e 2023 foram julgadas na Justiça do Trabalho cerca de 419 mil ações envolvendo assédios moral e sexual. Houve um aumento de 44% nos processos judiciais dos anos entre 2021 e 2023, com mais de 360 mil ações registradas. São números alarmantes. Essa forma de olhar da Uerj fará certamente a diferença em todas essas questões que estamos apontando”, concluiu a presidente da ABO.
Novo espaço de atendimento
Para dar continuidade às ações comemorativas de 25 anos da Ouvidoria-Geral, no dia 7 de maio foi inaugurado o Espaço de Cidadania e Participação do Cidadão Reitora Nilcéa Freire. O local recebeu o nome da primeira mulher reitora da Uerj, uma das mais importantes lideranças feministas do Brasil, que também implementou o sistema de cotas raciais e sociais na Universidade.
O novo ambiente foi planejado para oferecer atendimento de qualidade e humanizado, com recepção inicial e espaço reservado para acolher manifestações que exijam privacidade e atenção especial. O cuidado, a escuta qualificada e o respeito são os pilares que norteiam o trabalho no novo espaço, simbolizando não apenas a história da Universidade, mas também o reconhecimento de sua contribuição para o fortalecimento da democracia e da transparência institucional.
Ao lado da ouvidora-geral Isabel Gomes, a reitora da Uerj Gulnar Azevedo e Silva participou do descerramento da placa de inauguração do novo espaço e relembrou o período em que conviveu com Nilcéa Freire.

“Tive a sorte de conhecer Nilcéa ainda na faculdade. Ela foi muito corajosa, à frente do seu tempo, e criou estruturas que permaneceram para sempre, como a Ouvidoria, o estabelecimento do sistema de cotas e a articulação da Lei Maria da Penha. Com sua determinação e espírito otimista, deixou para nós esse legado que tornaremos ainda mais forte. Quando assumimos essa gestão, estabelecemos um compromisso com a transparência e a luta contra todas as formas de assédio. Isso só pode ser feito se tivermos políticas estruturadas”, pontuou Gulnar.
Pioneira no estado e reconhecida pela ABO-RJ
Entre as universidades do estado do Rio de Janeiro, a Uerj foi a primeira a criar sua Ouvidoria, no ano 2000, contemplando a previsão na Constituição Federal de que os serviços públicos ofereçam o canal de comunicação.
A função principal da Ouvidoria é receber, registrar e tratar as manifestações dos cidadãos relacionadas aos serviços prestados pela Universidade e à utilização dos recursos públicos. Isso abrange uma ampla gama de atividades, como o atendimento de reclamações, sugestões, elogios, denúncias e pedidos de informação.
Em novembro do ano passado, durante o VI Encontro Estadual de Ouvidores do Rio de Janeiro, a Ouvidoria-Geral da Uerj recebeu o Prêmio Ouvidoria Cidadã pela Associação Brasileira de Ouvidores/Ombudsman – seção Rio de Janeiro (ABO-RJ). A premiação foi concedida por decisão unânime da Diretoria da ABO-RJ e dos seus conselhos Deliberativo e Fiscal. De acordo com o presidente da seção estadual da Associação, Rui Maldonado, a escolha foi motivada pelo processo de organização e melhoria das condições do setor entre 2022 e 2023, com ênfase no desempenho durante o ano de 2024.
Fotos: George Magaraia e Thiago Facina