Uerj marca presença no Rio Innovation Week 2025 com ações e debates, unindo inovação, tecnologia e inclusão social

Com uma programação diversificada, a Uerj participou ativamente da 5ª edição do Rio Innovation Week (RIW), realizada entre 12 e 15 de agosto, no Pier Mauá, Rio de Janeiro. A instituição esteve presente em múltiplos espaços, promovendo debates e apresentações voltadas à ciência e à tecnologia, reafirmando, mais uma vez, seu papel como centro de inovação e de produção de conhecimento, conectando academia, setor público e sociedade.

Um dos principais espaços da Universidade, o Palco Pedro Ernesto, abrigou 30 mesas com 100 palestrantes, abordando 18 temas estratégicos na área de saúde. No Palco Future, um dos maiores do evento, foram três painéis, incluindo um debate sobre transição energética com a participação de integrantes do Grupo de Estudos e Simulações Ambientais em Reservatórios (Gesar) da Uerj. Além disso, o miniauditório localizado no estande da Uerj foi palco de mais de 70 apresentações técnico-científicas.

No espaço Rio Disruptivo, localizado na área chamada de Rio Hub, pesquisadores da Uerj apresentaram 24 pitches [apresentações breves e concisas], mostrando novas tecnologias desenvolvidas. “Participamos também do estande da Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (Secti-RJ), onde foram produzidos 19 videocasts com entrevistas e discussões relevantes sobre ciência e inovação,  reforçando o papel da Universidade no ecossistema de pesquisa do estado”, informou o diretor do Departamento de Inovação da Uerj (InovUerj), José Brandt.

Autoridade na mesa de abertura do Palco Pedro Ernesto

Já o vice-reitor Bruno Deusdará destacou a participação de cerca de 500 pesquisadores da Universidade no evento, ressaltando o crescimento da instituição e seu avanço nas áreas de pesquisa e pós-graduação. “Atuamos fortemente na elaboração de políticas públicas para formação de professores e na área de saúde. Com 75 anos de história completados em 2025, estamos escrevendo um capítulo importante e convidamos os jovens a se juntarem a nós, disputando uma vaga no Vestibular e compartilhando esse sonho”, completou.

Políticas públicas para os idosos

No dia 13 de agosto, durante a mesa de abertura do Palco Pedro Ernesto, que apresentou debates com foco na saúde dos idosos, o pró-reitor de Saúde (PR5), Ronaldo Damião, afirmou a necessidade de conscientização da sociedade sobre o envelhecimento da população. “Estamos vivenciando uma inversão demográfica: nascem menos pessoas do que envelhecem. No Hupe, assumimos o compromisso de conscientizar a sociedade sobre o papel dos idosos e de preparar o seu futuro. Lembramos que, mesmo quando um paciente idoso está sem possibilidades terapêuticas, entre esse diagnóstico e a morte, há uma vida valiosa que envolve toda sua família e rede de apoio”, advertiu.

Eliete Bouskela, presidente da Academia Nacional de Medicina (ANM) e ex-professora da Uerj, destacou a importância do atendimento humanizado na prática médica. Ela criticou a excessiva dependência de algoritmos na medicina, defendendo que a relação médico-paciente deve ser baseada em parceria e acolhimento, não apenas em protocolos técnicos. “Os idosos, muitas vezes abandonados pelas famílias, precisam de cuidado digno e afeto, inclusive no fim da vida. Quem não gosta de gente não pode ser médico”, defendeu.

Inovação e impacto social no RJ

Representando a Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PR2), o professor Israel Felzenszwalb comemorou os avanços da Universidade apresentados no RIW 2025. “Esperamos que, após o evento, investidores conheçam e apoiem nossas iniciativas desenvolvidas em parceria com a Secti-RJ e a Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O InovUerj, por exemplo, tem sido crucial no crescimento de diversas startups, demonstrando nosso compromisso com a inovação e o desenvolvimento tecnológico”, afirmou.

Integrante da Uerj em estande no Armazém 5 do Rio Innovation Week

No espaço da Secti-RJ no Armazém 5, a Uerj demonstrou como a pesquisa acadêmica se converte em impacto real para a sociedade. Do campus da Ilha Grande, o Ceads trouxe tecnologias para tratamento de esgoto e gestão ambiental. Já a Faculdade de Tecnologia (FAT), campus da Uerj em Resende, apresentou a startup Check Aut, incubada na Uerj, criadora de um aplicativo que promete revolucionar o apoio a autistas e neuroatípicos, evidenciando como a Universidade fomenta o empreendedorismo inovador.

A diversidade de iniciativas da Uerj foi destaque junto aos visitantes, mostrando que inovação se faz com pesquisa de ponta, compromisso social e articulação em rede. O Grupo de Estudos e Simulações Ambientais em Reservatórios (Gesar), do campus Fonseca Teles da Uerj no bairro de São Cristóvão, exibiu desde simulações de stents cardíacos até foguetes espaciais, enquanto a Faculdade de Formação de Professores (FFP) de São Gonçalo expôs o mapeamento de riscos ambientais na Baía de Guanabara com geotecnologias.

Mais destaques da presença da Uerj no evento foram os projetos que unem tecnologia e inclusão, como a IA para diagnósticos médicos, trazida pelo campus Zona Oeste (Uerj-ZO), em Campo Grande, e a presença do Centro de Tecnologia Educacional (CTE), apresentando ações de comunicação para divulgar o conhecimento científico.

Presença indígena na Uerj

Aluna de Pedagogia, Maria Raíssa apresenta coletivo indígena da Uerj

Na área social, um dos destaques foi a participação da estudante de Pedagogia da Uerj Maria Raíssa, indígena da etnia Tabajara, que apresentou no RIW 2025 o Coletivo de Estudantes Indígenas (CEI-Uerj), do qual é representante. Criado em 2017, o coletivo começou a ganhar maior visibilidade a partir de 2023.

Raíssa destacou que a inovação também está presente nas políticas de inclusão da Universidade. “A presença do coletivo indígena da Uerj é um símbolo de resistência e inclusão, mostrando que a inovação também vem da valorização das culturas originárias, através da união entre saberes tradicionais e conhecimento científico”, afirmou.

Tratamento humanizado em saúde

Cláudia Mello, secretária de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), apontou que o Hospital Universitário Pedro Ernesto se destaca como a unidade de saúde pública mais tecnológica do estado do Rio de Janeiro. Pioneiro em robótica médica na rede pública, o hospital também é referência em inovações como telemedicina e teleatendimento. “Com essa infraestrutura de ponta, consolidada ao longo dos anos, o Pedro Ernesto se mantém como o hospital universitário de maior capacidade tecnológica do estado”, ressaltou.

Já o diretor do Hospital Universitário Reitor Hesio Cordeiro da Uerj em Cabo Frio, Francisco Barbosa Neto, destacou a inovação com foco no paciente como prioridade. “Precisamos manter o foco na solução do problema do paciente, não apenas na doença, no remédio ou na tecnologia, que muitas vezes seduz excessivamente. Vemos médicos que passam a consulta inteira digitando no computador, sem sequer olhar para o paciente ou perceber seu estado emocional. Esperamos fazer a diferença nesse aspecto, mantendo sempre, desde o primeiro contato, uma atenção genuína ao paciente”, concluiu.

Fotos: George Magaraia