Uezo formaliza pedido de incorporação à Uerj, para garantir manutenção da educação pública superior na Zona Oeste

25/08/202119:10

Diretoria de Comunicação da Uerj

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) recebeu, nesta quarta-feira (25), a proposta de incorporação da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo). O pedido foi formalizado publicamente em reunião entre as Reitorias e representantes das duas instituições e agora passará por discussão em audiência pública e deliberação no Conselho Universitário da Uerj (Consun).

A incorporação é vontade antiga da comunidade ueziana. Em plebiscito realizado em junho de 2016, mais de 70% dos votos foram favoráveis. Alunos e funcionários reivindicam a garantia de direitos que vêm sendo negados desde a criação do polo, em 2009. São demandas como plano de carreira para professores, concurso para admissão de técnicos administrativos, bolsas estudantis de iniciação científica, monitoria ou extensão, além do auxílio-permanência para aqueles em situação de vulnerabilidade social.

“Essa fusão representa a conclusão de um projeto de implantação de uma universidade pública na Zona Oeste, que foi sonhado, mas se perdeu pelo caminho. Também significa um tratamento mais igualitário para a população local, em relação às demais regiões atendidas pelo ensino público superior”, afirmou a reitora da Uezo, Luanda de Moraes. “Representa, ainda, a consolidação de uma política de inclusão numa das regiões de menor IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do Estado”.

O reitor da Uerj, Ricardo Lodi, ressaltou que a proposta precisará ser amplamente discutida pela comunidade acadêmica e que o Consun dará a palavra final. “Se a iniciativa for aprovada na Universidade, contará com todo meu apoio e teremos que buscar uma lei que vá garantir os mesmos direitos aos professores, técnicos e estudantes egressos da Uezo; não haverá perdas para ninguém e todos serão igualmente da Uerj”, enfatizou.

A Uezo

O Centro Universitário é público e tem atualmente cerca de dois mil alunos, matriculados em 10 cursos de graduação e três de pós-graduação, distribuídos em cinco áreas: Biologia, Computação, Farmácia, Engenharias e Tecnologia em Construção Naval. O corpo docente é formado por 103 profissionais, todos qualificados com doutorado. A instituição também dispõe de 25 técnicos em laboratório, mas não conta com pessoal administrativo efetivo.

Resultados no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) demonstram excelência no ensino. O curso de Farmácia, por exemplo, conquistou conceito 4 na última avaliação (a escala vai de 1 a 5). Os professores, no entanto, ressentem-se da falta de reconhecimento. De acordo com o presidente da Associação dos Docentes da Uezo (Aduezo), João Bosco Salles, concursados há dez anos não tiveram progressão de um nível sequer. “Além de não termos reajuste, ainda deixamos de ganhar. Quando começamos, ganhávamos 12 salários mínimos; hoje recebemos apenas cinco”, afirmou. 

Luanda de Moraes alertou que, se não houver a incorporação à Uerj, a Uezo pode não resistir. “Mas estamos muito esperançosos que a proposta seja aprovada, recebida pelo Governo e se concretize nessa região”. O reitor Ricardo Lodi destaca que, caso venha a acontecer, a incorporação precisará ser realizada com seriedade e investimento estatal. “A perspectiva é de podermos levar a maior universidade pública fluminense para a Zona Oeste, promovendo ensino, pesquisa e extensão”, concluiu.  

Confira o registro da reunião produzido pela TV Uerj.