Diretoria de Comunicação da Uerj

Nos dias 14 e 15 de novembro, a Uerj participou da terceira edição do Festival da Ciência pelo Clima, realizado na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. O evento foi organizado pela Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação (SMCT), em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Além da Universidade, o evento reuniu outras 20 instituições — de ensino e pesquisa, organizações da sociedade civil e coletivos —, para a divulgação de projetos e pesquisas de soluções para o futuro do planeta e o combate às mudanças climáticas. A programação proporcionou aprendizado e entretenimento, com painéis e rodas de conversa, exposições, shows musicais, peça de teatro e até um cortejo de conscientização ambiental.
No estande da Uerj, seis projetos aguçaram a curiosidade do público, formado principalmente por estudantes de escolas públicas da cidade, interessados em conhecer cada detalhe dos trabalhos divulgados. Os expositores utilizaram equipamentos vistos habitualmente nos laboratórios da Universidade, como uma impressora 3D, sensores e foguetes, entre outros, para conquistar a atenção dos visitantes e explicar conceitos técnicos de uma forma simples e divertida.
Proteger sem poluir
A equipe do projeto “O Impacto Sensível dos Fotoprotetores”, representada pelas professoras Bárbara Lorca e Vania Emerich, e alunos de iniciação científica e de doutorado do curso de Farmácia da Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde (FCBS), campus Uerj Zona Oeste, fez uso de jogos e atividades interativas para conscientizar os visitantes sobre os danos causados aos ecossistemas marinhos pela utilização desmedida dos protetores solares e pelo descarte irregular de medicamentos.
A aluna Natália Barcelos, do décimo período de Farmácia, destacou a responsabilidade dos consumidores nesse processo. “É importante fazermos melhores escolhas, pensando na saúde dos corais, das algas e dos animais marinhos, que são afetados pela composição dos fotoprotetores e dos medicamentos descartados inadequadamente, contaminando a água”, frisou a jovem pesquisadora. “A utilização de filtros minerais naturais e o descarte correto de medicamentos são atitudes simples que fazem uma grande diferença”, enfatizou.
Popularizar a Ciência em 20 minutos

Popularizar a ciência como estratégia de inclusão social na Zona Oeste, estimulando a reflexão sobre o papel social da ciência e incentivando a checagem de informações. Esse é o objetivo do projeto “Tudo em 20 Podcast”, coordenado pela professora do Departamento de Biologia e vice-diretora da Faculdade de Ciências Biológicas e Saúde (FCBS), Aline Fonseca, com a participação de bolsistas, alunos de graduação e pós-graduação, e outros docentes.
Com o slogan “De Campo Grande para o mundo”, os pesquisadores produzem vídeos de curta duração, entrevistando especialistas de diversas áreas de conhecimento. “Nossos programas abordam temas de ciências biológicas, ciências agrárias, ciências da saúde, notícias de interesse comunitário e outros mais; tudo em até 20 minutos”, explicou a aluna, roteirista e apresentadora do podcast, Wanie Nascimento. “Nós queremos transmitir o conteúdo em poucos minutos, como é o padrão das redes sociais, onde são publicados. Por isso, escolhemos esse título para o projeto”, disse.
Controle e uso consciente da água

O Projeto “Aqua+: Sem água. Seu controle” surgiu a partir do enfrentamento de um problema frequente em diversas regiões do país; o fornecimento deficiente de água para os domicílios residenciais. A equipe comandada pela atual coordenadora do curso de Ciência da Computação da Uerj ZO, professora Adriana Sicsú, em parceria com o Núcleo de Tecnologia da Informação (Nucti), desenvolveu um aplicativo para smartphones que monitora, em tempo real, o nível de água nas caixas d´água, promovendo a gestão do consumo e o uso racional e consciente de água.
“Eu me inspirei na dificuldade que a minha avó enfrenta para saber quanto de água resta na caixa d´água de casa antes de tomar um banho ou começar a lavar a louça”, explicou a aluna Fabiane de Oliveira, do 5º período de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (TADS) da Faculdade de Ciências Exatas e Engenharias (FCEE), também no campus Zona Oeste (Uerj-ZO). Ela propôs a criação do aplicativo em trabalho da disciplina Engenharia de Software 2. Com o incentivo da professora, o projeto foi inscrito e selecionada para o Rio Innovation Week, primeira de várias participações em eventos.
Robótica, foguetes, exposição e painéis

Já a Faculdade de Engenharia da Uerj (FEN) participou do evento com dois projetos: o “Empodera Tech”, coordenado pelo professor Maurício Antolin, com a proposta de despertar a curiosidade dos alunos e permitir que eles explorem elementos da educação 4.0, com oficina de robótica, robô interativo e atividades com caneta e impressora 3D, e o “Grupo de Foguetes e Equipe de Satélites” (GFRJ) e Uerj Sats, que tem como objetivo a participação em competições de foguetemodelismo, a realização de pesquisas voltadas ao setor aeroespacial e também a divulgação do tema para todo o Brasil.

Durante o Festival da Ciência pelo Clima deste ano, o público teve a oportunidade de conhecer também a mostra “Oceânides: ciência e poesia”, uma iniciativa de divulgação científica da Pró-reitoria de Pós-graduação e Pesquisa (PR2) e da Pró-reitoria de Extensão (PR3) da Uerj. A exposição, que mistura ciência e poesia para refletir sobre o impacto humano nos oceanos, foi montada anteriormente durante a 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, no campus Maracanã.

No evento, o público também pôde conferir três painéis apresentados pela Uerj: “Popularização da ciência como estratégia territorial de inclusão social”, “Impactos das mudanças climáticas sobre os oceanos” e “Vulnerabilidade dos manguezais do município do Rio de Janeiro às mudanças climáticas”.