Uerj comemora 40 anos da Galeria Candido Portinari com exposições e eventos culturais em três campi

26/03/202514:52

Diretoria de Comunicação da Uerj

No ano em que se celebram os 75 anos de fundação da Uerj, os 25 anos de criação da Lei 3.524/2000, que introduziu o sistema de cotas no país, e os 90 anos de nascimento da intelectual, autora, ativista, professora, filósofa e antropóloga brasileira Lélia Gonzalez, a Universidade festeja outro grande marco em sua história: as quatro décadas de existência – e resistência – de um dos espaços mais icônicos da instituição, a Galeria Candido Portinari. Em comemoração à data, foram programadas exposições de arte e eventos culturais que acontecem simultaneamente nos campi Maracanã, Nova Friburgo e São Gonçalo, com visitação gratuita e aberta ao público externo.

Inauguração da exposição “Cândido, ou o otimismo”

Ocupando as galerias Candido Portinari e Gustavo Schnoor, foi inaugurada, na última sexta-feira (21), a exposição “Cândido, ou o Otimismo”. Reunindo obras de mais de 80 expositores, entre nomes relevantes da história da arte brasileira, como Anna Bella Geiger, Antonio Obá, Fayga Ostrower e Cristina Salgado; ex-alunos, como Ana Clara Tito, Diambe, Matheusa Passareli e Tadáskia, e também técnicos e docentes da Universidade, a mostra, que fica em cartaz até o dia 23 de maio, de segunda a sexta, das 9h às 19h, tem curadoria de três professores do Instituto de Artes – Alexandre Sá, Ana Tereza Prado Lopes e Fernanda Pequeno – e do coordenador do Educativo do Decult, Gustavo Barreto.

Na abertura, a reitora da Uerj, Gulnar Azevedo e Silva, destacou a importância da celebração. “É uma honra esse momento de comemoração dos 40 anos da Galeria Candido Portinari, que possibilitou a valorização e uma sensibilização para a arte na Uerj. Sem arte, a gente não pensa, não se redescobre, não evolui. A arte é transformadora. E fundamental”, declarou.

Reitora Gulnar Azevedo e Silva (ao centro) com curadores e pró-reitoras na abertura da exposição

O diretor do Departamento Cultural (Decult), Alexandre Sá, agradeceu a todos que participaram da organização da exposição, com destaque para as mulheres, enfatizando que o resultado é fruto do trabalho coletivo. Sá também elucidou a escolha do título da mostra. “Replica o título de um conto filosófico de Voltaire, publicado em 1759, sob o pseudônimo de Senhor Doutor Ralph. À época, o livro causou certo furor pelo deboche, pela supressão da dor através do riso e pela agudeza crítica às instituições. Em ‘Cândido, ou o otimismo’, a alegria de sua personagem principal, inclusive a fé na bondade das pessoas, termina lhe provocando um conjunto de catástrofes e pequenas tragédias, lembrando que o otimismo também pode ser um blefe”, comentou. “É como se fosse o aviso para um risco iminente, e a exposição falasse o contrário. É um jogo semiótico, simbólico, um drible de compreensão. Queremos voltar a acreditar, assim como Cândido, apesar do risco que isso envolve. Essa conceituação foi muito importante, porque talvez, de fato, o mundo seja trágico e o destino seja aquele que vem, indubitavelmente. Mas nós podemos seguir de uma maneira diferente”, acrescentou.

Muito além das galerias

As exposições comemorativas não se restringem às galerias. Na área ao ar livre do campus Maracanã, o Projeto Ocupação congrega obras de Lívia Torres, Fernando Codeço, Rodrigo Garcia Dutra, entre outros. Próximo ao coreto, no Quase-Cubo – o mais novo espaço expositivo da Uerj, com paredes de vidro – ficará exposta, até o dia 23 de maio, a instalação “Abrigo”, da artista Micaela Fialho, aluna recém-formada do Instituto de Artes da Uerj.

Quase-Cubo, novo espaço de exposições no campus Maracanã

Seguindo a proposta do Decult de expandir a cultura, a produção artística e o diálogo, as comemorações ultrapassam o território do campus Maracanã e chegam também a outros campi da Uerj. O Instituto Politécnico (IPRJ), em Nova Friburgo, recebe a instalação “Arquitetura de artista: desenho”, de Malu Fatorelli, com curadoria de Vera Beatriz Siqueira, até o dia 21 de julho, de segunda a sexta, das 9h às 19h. Já em cartaz na Faculdade de Formação de Professores (FFP), em São Gonçalo, a exposição individual “Entomologia poética: uma ode à natureza”, de Caio Couto, aluno do Programa de Pós-graduação em Artes da Uerj, com curadoria de Renata Gesomino, pode ser visitada na galeria da unidade até o dia 18 de junho, de segunda a sexta, das 9h às 21h.

Durante a abertura da exposição “Cândido, ou o otimismo”, foram anunciados os vencedores de dois editais lançados anteriormente pelo Decult: o primeiro, sobre interpretações gráficas do Manifesto Pau-Brasil, impressas em cartões-postais, expostas e disponibilizadas para os visitantes em um totem: as artistas vencedoras foram Maria Moreira e Ana Cople. O segundo, para a escolha do trabalho do Mural Decult, também foi vencido por Ana, com a obra “Arbor Brasilis”.

Outro lançamento foi o Projeto TV Decult, no hall dos elevadores do campus Maracanã, com a proposta de exibir produções de videoarte em um totem móvel, iniciando com a artista Márcia Clayton. A curadoria é de Alexandre Sá e produção de Pablo Rocha e Rafael Ferezin. E a obra “Negra”, de Angelo Venosa, doada pelo artista à Uerj e restaurada recentemente, está em preparação para ser instalada na praça entre os blocos F e C ainda neste semestre.