Diretoria de Comunicação da Uerj

Com o objetivo de estimular a troca de experiências e aprofundar o diálogo sobre potências e limites da assistência estudantil nas instituições públicas de ensino superior fluminenses, a Pró-reitoria de Políticas e Assistência Estudantis (PR4) da Uerj promoveu, na quarta-feira (11), no Auditório Cartola, campus Maracanã, um seminário sobre o tema, reunindo pró-reitores de assistência estudantil e representantes do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), Colégio Pedro II, Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
O pró-reitor de Políticas e Assistência Estudantis da Uerj, Daniel Pinha, moderador do evento, abriu o encontro destacando a importância do debate para a promoção de mudanças na realidade atual. “A assistência estudantil é um tema fundamental para se pensar a universidade brasileira do século XXI, que reconhece a demanda por essa política nos seus mais diversos espaços. Ao mesmo tempo, produz conhecimento por meio de pesquisas sobre formas de gerir e pensar a questão, transformando a realidade. A assistência deve acompanhar o desenvolvimento da Universidade”, salientou.
Pinha frisou que o evento faz parte de um conjunto de iniciativas que a Uerj vem realizando desde novembro, quando foi aprovado, no Conselho Universitário (Consun), a criação de uma comissão para elaborar a Política de Assistência Estudantil. “A comissão é formada por 35 integrantes com representação de todas as unidades acadêmicas, por meios dos centros setoriais e unidades administrativas. O grupo é paritário: conta com estudantes, servidores técnicos e docentes, e tem se reunido em subcomissões para tratar os temas pertinentes a essa pauta”, explicou. “Mas, além disso, também temos promovido iniciativas em torno do debate sobre assistência estudantil envolvendo toda a comunidade universitária. Há duas semanas, realizamos o Seminário Assistência Estudantil em Pauta, com especialistas acadêmicos, que apresentaram suas pesquisas sobre o tema”, acrescentou.
Em duas mesas de debate, os pró-reitores apresentaram o panorama da assistência estudantil nas instituições em que atuam, detalhando os benefícios oferecidos, as características e necessidades específicas de cada uma. Da quantidade de campi, em alguns casos espalhados por todo o estado, exigindo uma complexa logística, à estrutura física, tão diversa quanto deficitária, como os restaurantes universitários, item que se destacou nas falas dos participantes, por sua relevância e por sua ausência, na maioria dos casos.
Outro fator que mereceu destaque foi a estrutura profissional dedicada à assistência estudantil nas instituições, com equipes reduzidas, insuficientes para o desenvolvimento de uma prestação de serviço com qualidade desejada, apesar do número de alunos atendidos ser muito inferior ao de requisitantes, uma vez que faltam também recursos para atender a todos.
Acesso e permanência na Universidade
A Política Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), organizada para ampliar e garantir as condições de permanência e o êxito dos estudantes matriculados nas instituições federais de educação superior e de educação profissional e tecnológica, com especial atenção aos alunos em situação de vulnerabilidade socioeconômica, foi citada, em alguns casos, como única fonte de recursos financeiros disponível para o desenvolvimento do trabalho. O pró-reitor de Políticas Estudantis da UFRJ, Eduardo Mach, refletiu sobre a diferença existente hoje entre os recursos para o acesso e a permanência dos alunos na instituição. “Existe uma política muito forte hoje de acesso à universidade que não está sendo acompanhada pela política de permanência. Muitos alunos estão acessando a instituição com ações afirmativas, o que é importante. Mas a permanência, a manutenção desses alunos na universidade, garantida por meio dos auxílios, não está acompanhando”, reforçou.
A representante da Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Proaes) da UFF, Thayanne Rangel, destacou o desafio da falta de recursos para o atendimento dos alunos. “Estar hoje na assistência estudantil é uma luta que envolve esforços coletivos diários. E também a necessidade de vencer novos desafios todos os dias e inovar. Porque muitas vezes, quase sempre, não temos recursos suficientes, não temos de onde tirar, e fazemos o que está ao nosso alcance para atender os estudantes que tanto necessitam. Eu sou egressa da UFRRJ, sou fruto da assistência estudantil, então eu sei muito bem o quanto é necessária”, frisou. “Estamos hoje falando sobre assistência estudantil, mas várias pessoas estiveram aqui antes de nós. E vamos continuar nessa luta por muito tempo, porque isso é realmente muito necessário, quando pensamos em condições de igualdade dentro do ensino, principalmente o superior”, concluiu.
Dividiram a primeira mesa de exposição a diretora de Extensão e Assistência Estudantil do Cefet-RJ, Renata Moura; a chefe do Departamento de Extensão e Assuntos Comunitários do Cefet-RJ, Maria Alice Caggiano; a representante do Colégio Pedro II, Júlia Sá Campos, e a pró-reitora de Extensão do IFRJ, Ana Luisa Soares da Silva. A segunda mesa reuniu a representante da Proaes-UFF, Thayanne Rangel; o pró-reitor de Assuntos Estudantis da Unirio, Gustavo Naves; o pró-reitor de Assuntos Comunitários da Uenf, Milton Konashiro; a pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFRRJ, Juliana Arruda; e o pró-reitor de Políticas Estudantis da UFRJ, Eduardo Mach.
No encerramento do encontro, Pinha celebrou o resultado da iniciativa, que permitiu uma visão mais ampla do cenário da assistência estudantil nas instituições de ensino superior do estado, e reforçou a intenção de criar uma agenda regular para dar continuidade ao projeto e potencializar sinergia e força política do grupo, por meio do compartilhamento de informações e apoio operacional.