Reunião Brasileira de Antropologia propõe conhecimento insubmisso para discutir sociedade atual

28/10/202015:28

Diretoria de Comunicação da Uerj

32ª Reunião Brasileira de AntropologiaA Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) realizam, de 30 de outubro a 6 de novembro, a 32ª Reunião Brasileira de Antropologia (RBA), com o tema “Saberes insubmissos: diferenças e direitos”. O encontro, totalmente on-line, contará com 81 grupos de trabalho, 36 simpósios especiais, 43 mesas-redondas, 6 conferências, além de exposições fotográficas, mostras de filmes, lançamentos de livros e diversas premiações.

A reunião bienal iria acontecer em junho, presencialmente, na Uerj. Com a pandemia, teve que ser totalmente repensada para o meio virtual. Para que isso fosse possível, 19 comissões, envolvendo mais de 100 antropólogos de diversas instituições, tiveram que se desdobrar para garantir a realização da 32ª RBA, que conta com a participação de inúmeros pesquisadores da América Latina, América do Norte, Europa e África. 

O evento promete trazer não só temas relevantes da antropologia, que vêm sendo estudados ao longo das últimas décadas, mas também questões pertinentes ao atual contexto social e político. A programação completa está disponível no site do encontro, que oferece uma série de atividades abertas ao público.

Professor do Instituto de Medicina Social da Uerj e vice-presidente da ABA, Sérgio Luís Carrara destaca a importância da 32ª RBA em 2020. “Essa opção foi difícil, ponderamos bastante, mas consideramos impossível fechar este ano sem que a antropologia brasileira se manifestasse sobre os processos que estamos vivendo”, avalia.

“A ABA assume posições políticas frente a um cenário governamental que desqualifica direitos previstos na Constituição e promove o ataque sistemático às Ciências Humanas. Assim, tem uma posição estratégica de resistir ao autoritarismo e aos abusos, com conhecimento, troca e insubmissão dos saberes”, afirma a presidente da associação, Maria Filomena Gregori.

Acessibilidade na pauta da Antropologia

Um dos destaques da programação é trazer a temática da acessibilidade e da deficiência para o debate acadêmico.

O Comitê de Deficiência e Acessibilidade da ABA realizará dois simpósios especiais: “Acessibilidade e prática antropológica, da formação ao campo, em eventos científicos e exposições” e “Viver com deficiência: corpos, sentidos e a produção de modos de existência”. Também estão previstas apresentações do Grupo de Trabalho “Etnografias da deficiência”.

Além do debate sobre o tema, serão desenvolvidas ações para a garantia da acessibilidade, desde o uso de Libras, legendagem e audiodescrição, à presença de monitores capacitados para suporte na plataforma virtual. Além disso, o grupo desenvolveu materiais com reflexões e orientações sobre acessibilidade em ambientes digitais.