Relevância da Uerj para a CT&I no Rio é tema de evento promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência

30/09/202417:56

Diretoria de Comunicação da Uerj

Em evento que reuniu representantes da comunidade científica do Rio de Janeiro, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) prestou homenagem à relevância da Universidade do Estado do Rio de Janeiro para a ciência, a tecnologia e a inovação no estado. Com o título de “A importância da Uerj para a CT&I do Rio de Janeiro”, a cerimônia aconteceu no Auditório Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, no campus da Praia Vermelha, na última quinta (26), e reuniu representantes de três instituições de ensino superior federais sediadas no estado (UFRJ, UFF e Unirio); da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz); e do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF).

Estiveram presentes no evento o presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, que conduziu a mesa do cerimonial; a secretária municipal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, Thereza Paiva; a reitora da Uerj, Gulnar Azevedo e Silva; o vice-reitor, Bruno Deusdará; todos os pró-reitores, além de professores da Universidade.

O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro

Janine Ribeiro salientou que a SBPC, como entidade representativa dos cientistas do Brasil, faz questão de estar presente nesse momento de necessária solidariedade à Uerj. “O ponto principal é prestar nosso apoio à Universidade num momento difícil, defendendo, em primeiro lugar, um orçamento digno para a Uerj e também a institucionalidade e o respeito à Reitoria democraticamente eleita”, frisou. Ele apontou ainda para a demanda de aumento do orçamento da Uerj, necessário para atender às demandas da assistência estudantil, pela Assembleia Legislativa. “Pelo que foi amplamente explicado, que sejam reavaliados os valores a mais destinados aos estudantes não cotistas durante o período da pandemia para que estes, dentro do possível, sejam restabelecidos, desde que haja recursos para isso”, finalizou.

Já o reitor da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), José da Costa Filho, destacou que, ao aceitar o cargo, cada reitor assume a tarefa de realizar algo relevante pela educação do país, mesmo sabendo das dificuldades que certamente enfrentará nos momentos de crise. “É um grande desafio transitar no meio das divergências, entendendo que é preciso ter atitudes firmes, mesmo sabendo que haverá consequências. Como reitor de uma universidade pública sediada no Rio de Janeiro, eu quero prestar toda a minha solidariedade à Uerj e a todos que lá convivem, inclusive, ao movimento estudantil, que com certeza tem contribuições importantes a dar, ao movimento dos técnicos e também ao movimento docente”, completou.

Conselheira nacional da SBPC e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a professora Ligia Bahia apontou que a crise atual na política de assistência estudantil tem relação com a dificuldade em manter o processo de inclusão nas universidades públicas. “Temos um problema, mas não podemos ser derrotados. O que foi uma vitória não pode se transformar numa derrota. A inclusão na universidade pública tem que seguir, ela é a solução para o país. Passamos por uma destruição do estado de bem-estar social. Não é só sobre a Uerj, temos que prestar toda a nossa solidariedade às universidades públicas e ao processo de inclusão”, concluiu.

Representando a Universidade Federal Fluminense (UFF), o professor Waldeck Carneiro sustentou que o tripé fundamental da assistência estudantil é “moradia, mobilidade e alimentação”. Ele argumentou que o custeio dessa assistência é um debate nacional importante a ser realizado. “A questão que se coloca para nós não é somente em função do desafio da Uerj nesse momento, mas eu cito o sufoco pelo qual passam as universidades federais com dificuldades atrozes no custeio de seus compromissos cotidianos. Mobilidade, alimentação e moradia são despesas do Estado, da esfera pública em vários níveis. Então, os recursos para as despesas com essas rubricas devem mesmo sair do orçamento das universidades? Esse é um debate para iniciarmos nacionalmente, inclusive nesse momento em que no Congresso Nacional poderá, a partir do próximo ano, debater o Plano Nacional de Educação”, alertou Carneiro.

Em carta, SBPC declara solidariedade à Uerj

Ao final da cerimônia, foi lida pelo secretário regional da SBPC no Rio de Janeiro, Thiago Gonçalvez, uma carta da instituição em solidariedade à Uerj, apontando que tanto a formação de alunos, como a produção de conhecimentos e os inúmeros projetos de extensão da Universidade são motivo de orgulho para o Estado do Rio de Janeiro e para o Brasil. “A SBPC do Rio se une às iniciativas em busca do fortalecimento institucional e orçamentário da Uerj, e estamos solidários e comprometidos com a tarefa de seguir lutando por mais recursos para educação, ciência e tecnologia”, diz a carta.

Gulnar Azevedo e Silva agradeceu à SBPC pela organização do evento e enfatizou o quanto a Uerj contribui para o desenvolvimento do estado. “Entre tantos benefícios gerados pela Uerj, eu começaria falando sobre a sua importância na área da educação. Além da Faculdade de Educação, que fica no campus Maracanã, temos duas escolas de formação de professores, uma em Duque de Caxias e a outra em São Gonçalo. E, na área da saúde, temos o Hospital Universitário Pedro Ernesto, que hoje atua como a grande referência para procedimentos de alta complexidade no estado do Rio”, endossou.

Leia a íntegra da carta divulgada pela secretaria da SBPC no Rio de Janeiro:

“Considerando a relevância da Uerj para a Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro, tanto no que concerne às suas atividades de pesquisa e inovação, quanto no que se refere ao seu pioneirismo e excelência no âmbito do ensino e inclusão social, a SBPC do Rio se une às iniciativas em busca do fortalecimento institucional e orçamentário. A formação de alunos, produção de conhecimentos e inúmeros e imprescindíveis projetos de extensão da Uerj são motivo de orgulho para o Estado do Rio de Janeiro e para o Brasil. Estamos solidários e comprometidos com as tarefas de seguir lutando por mais recursos para educação, ciência e tecnologia. Bolsas para estudantes, melhores salários para os professores e o corpo técnico administrativo não são gastos, são investimentos no futuro. A compreensão sobre as raízes das iniquidades nos une e precisamos avançar nas lutas por um país que conceda a devida relevância à educação e à pesquisa. A preservação e a ampliação de canais permanentes de diálogo, o debate aberto e o cumprimento de decisões de instâncias deliberativas da Uerj são essenciais para o retorno pleno e vibrante da vida universitária. Estaremos juntos buscando construir pontes”.

Fotos: George Magaraia