Pesquisadores da Uerj lançam ‘Atlas da Justiça Climática na América Latina e no Caribe’

25/11/202515:57

Diretoria de Comunicação da Uerj

Desenvolvido por pesquisadores do Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas (OIMC), da Uerj, o “Atlas da Justiça climática na América Latina e no Caribe” (2025) revela dados e debates complexos sobre os impactos da crise climática nessa região, por meio de imagens e mapas. A obra propõe novas formas de compreender o território, o poder e as resistências, contribuindo para o debate sobre como redesenhar as relações entre sociedade e natureza diante dos desafios do século XXI.

Para Carlos Milani, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp/Uerj) e diretor do OIMC, o livro representa um importante instrumento didático e de mobilização política, especialmente no contexto da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima 2025 (COP30), realizada neste mês em Belém (PA). “A América Latina e o Caribe, frequentemente retratados apenas por suas vulnerabilidades, aparecem aqui também como territórios de criatividade social e imaginários políticos desenvolvidos em meio aos impactos da violência neocolonial, das assimetrias internacionais de poder e das estratégias globais que ignoram o pluralismo cultural e político da região”, afirma.

Segundo Milani, a publicação foi pensada em três partes, são elas: um diagnóstico de emergência, que revela as diversas formas de danos causados pela crise climática, uma identificação dos principais agentes e responsáveis e um conjunto de propostas para solucionar ou diminuir drasticamente os danos à natureza.

“Utilizamos uma linguagem bastante acessível e com muitas imagens bonitas e gráficos, que atraem o público mais jovem, transformando-o em um objeto pedagógico para as salas de aulas. Além disso, a obra também valoriza os conhecimentos e as soluções que estão sendo tomadas pelos povos indígenas, pelas comunidades tradicionais e ribeirinhos”, aponta Milani. “A leitura deste Atlas convida ao compartilhamento de conhecimentos, à denúncia e à ação em prol de futuros mais justos, habitáveis e pluriversos”, salienta.

O projeto é resultado da parceria entre o OIMC e o Observatório de Geopolítica y Transiciones Ecosociales (GeoEcos), da Universidade Complutense de Madrid (ESP), contando com uma equipe interdisciplinar de cerca de 40 profissionais das áreas de pesquisa, cartografia, comunicação e ativismo. Foi desenvolvido com apoio do Ateliê de Cartografia do Labmundo e publicado pelo Conselho Latino-Americano de Ciências Sociais (CLACSO). Em breve, será publicada também a versão em espanhol traduzida pelo GeoEcos. O estudo recebeu financiamento do CNPq, da Faperj, do programa TalentoCM e, para a versão impressa em português, da Oxfam.

Observatório Interdisciplinar das Mudanças Climáticas

Criado em 2020, no âmbito do Iesp/Uerj), com apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS), o OIMC reúne professores, pesquisadores e estudantes de diversas universidades com o objetivo de promover e difundir pesquisas, conhecimentos e práticas sobre a relevância central das mudanças climáticas nos modelos de desenvolvimento e nos processos de transformação social.