Núcleo Perinatal comemora Agosto Dourado com ações de informação às gestantes e campanha de doação de leite

25/08/202011:07

Diretoria de Comunicação da Uerj

A amamentação ganhou protagonismo neste mês que é batizado como Agosto Dourado. Isto porque o leite materno é considerado um alimento de qualidade ouro para bebês e crianças. O objetivo, durante o período, é conscientizar as famílias sobre os benefícios da amamentação e por isso, a cada ano, a data inspira um tema definido pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba). Em 2020, o destaque é o impacto da alimentação no planeta e a necessidade urgente de apoiar a mulher que amamenta.  O Núcleo Perinatal do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) tem promovido diversas ações, como campanha de doação de leite e encontros virtuais de orientação às gestantes e parturientes.

“O tema deste ano é apoiar o aleitamento materno para o planeta mais sustentável e é muito importante no momento que estamos vivendo. Investir no aleitamento é menos lixo que produzimos com mamadeira, latas, utensílios, etc. Assim, aumenta a saúde das famílias e aumenta a saúde do nosso planeta”, resume a fonoaudióloga da Unidade Neonatal do Núcleo, Daiana Evangelista. Ela conta que um dos maiores desafios dos profissionais é exatamente orientar as mães para que tomem decisões saudáveis para os filhos e elas próprias. A fonoaudióloga também ressaltou o esforço das mães para manter a amamentação dos bebês internados na unidade, mesmo durante a pandemia: “Vimos mães ordenhando em casa, tentando manter a produção e se desdobrando para ir até seus filhos na UTI Neonatal”, relata.

Doação de leite humano

Além disso, muitas crianças dependem da solidariedade de outras mães: são aqueles bebês que precisam da doação de leite humano. Com a pandemia, para amenizar a queda nas doações e manter o estoque do Banco de Leite, que atende aos recém-nascidos internados na Unidade Neonatal, a equipe do Núcleo investiu nas coletas em domicílio. O produto doado passa por um tratamento especial, sendo pasteurizado e armazenado até o consumo. A doadora precisa estar saudável, não fazer uso de medicamento que interfira na amamentação e apresentar os últimos exames do pré-natal. Outra forma de ajudar é doando frascos de vidro (como os usados para maionese e café solúvel) para transporte do alimento. Para doar os utensílios, basta entregá-los na portaria do Núcleo Perinatal do Hupe, na Avenida Professor Manoel de Abreu, 500 – Vila Isabel. Já para as doações de leite é necessário agendamento pelos telefones: 21-2868-8208/ 2868-8604, ou @nucleoperinatal.

Barbara Gadelha, doadora do Banco de Leite e mãe de duas meninas, já soma três anos de contribuição e cerca de mais de 60 litros doados. “Começou com minha primeira filha. E com a segunda, costumo brincar que os frascos chegaram antes da gente na maternidade. Quando ela internou na UTI Neonatal, eu tinha que tirar o leite para não empedrar e vivi a realidade de uma mãe de paciente, que não é nada fácil e mostra o quanto é importante o trabalho dos bancos de leite”, ressalta.

Cursos e informação

Com a quarentena, a equipe do Núcleo teve que se reinventar e adaptou os cursos para gestantes e rodas de conversa para o meio virtual. A coordenadora do Banco de Leite do Perinatal, Abilene Gouvêa, explica que a adesão tem surpreendido. Em média, já foram mais de 50 participantes em cada curso, que acontecem uma vez por mês. “São momentos que nós dedicamos a acolher as dúvidas e ensinar várias posições para manter o bebê durante a amamentação, como fazer para esvaziar a mama e outras dicas para que se tenha sucesso no aleitamento”, conta. Outro ponto importante destes encontros é informar às futuras mães sobre direitos que, muitas vezes, elas sequer imaginam que tenham, como dispensa para consultas e exames, além de afastamento para estudantes grávidas. “Por exemplo, toda gestante tem direito a fazer um plano de parto, que é um documento para ela registrar como deseja ser assistida durante e no pós-parto; a posição em que gostaria de parir; quem irá acompanhá-la, entre outros pontos”, exemplifica Abilene.

A próxima Roda de Conversa será no dia 28 de agosto, às 15h. O evento é aberto a qualquer gestante. O link para a live será informado no dia pelo Instagram e Facebook do Núcleo Perinatal.

Quebra de mitos

Informar às gestantes também possibilita desmistificar crenças que circulam em torno do aleitamento materno. Uma delas é sobre alimentos capazes de estimular a produção de leite. “Não existe um alimento que aumente a produção de leite. O segredo é oferecer o seio. Quanto mais oferece, mais ele produz. O recomendável é que a mulher não fique muito tempo sem comer e a alimentação seja variada, rica em nutrientes e boas fontes de proteína. Mas sem paranoia, porque a alimentação não pode ser fonte de ansiedade”, ensina a nutricionista do Núcleo Perinatal, Nina Pombo.

(Por Coordenadoria de Comunicação Social do Hupe/ComHupe)

 

Saiba mais no TV Uerj Explica produzido em 2019

Colabore com pesquisa que levanta dados sobre amamentação durante a pandemia

O Grupo de Estudos Cuidar, que reúne alunos da graduação e do mestrado em Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Uerj, está desenvolvendo uma pesquisa sobre os impactos da pandemia na amamentação.

O estudo “Avaliação do estresse materno no período da pandemia de Covid-19 e a manutenção da amamentação”, realizado pela mestranda Daniella Malhães de Souza, sob a orientação das professoras Adílis Alexandria e Ana Paula Pires dos Santos, está na fase de coleta de dados.

Por meio de um questionário voltado a gestantes e mães com bebês até seis meses, o levantamento visa identificar possíveis fatores que levam ao desmame.

Para participar, basta responder ao questionário on-line. As mamães terão sua identidade preservada.