No Dia Mundial do Câncer, conheça o Centro Universitário de Controle da doença, unidade do Hupe/Uerj

04/02/202210:00

Diretoria de Comunicação da Uerj

Quando o médico que está nos atendendo pronuncia a palavra “câncer”, não é raro sentir algum tipo de desconforto, medo e até mesmo um arrepio pelo corpo.

Apesar da má fama associada a seu nome, muitos tipos de câncer podem ser tratados com sucesso. Principalmente se forem descobertos em seu estágio inicial e a terapia começar o mais rápido possível.

Em 2005, a União Internacional para o Controle do Câncer (UICC) escolheu 4 de fevereiro para ser o Dia Mundial do Câncer, com o objetivo de conscientizar a sociedade e profissionais de saúde sobre essa doença, que acomete milhões de pessoas por ano em todo o mundo, e ajudar em sua prevenção.

Não existe uma causa única para o câncer. Ele pode surgir como consequência de fatores externos ou internos ao nosso corpo ou pela combinação de vários deles. As causas externas costumam ser as principais responsáveis por desencadeá-lo. Geralmente, condições provocadas pelo próprio homem à sua volta, como exposição a gases ou produtos químicos, hábitos de vida e comportamento não saudáveis — fumo, álcool e comida industrializada, por exemplo — aumentam o risco para diferentes tipos de câncer.

Causas internas do nosso organismo também têm sua parcela de culpa. E quando associadas às externas, a situação se complica. Existem alguns fatores genéticos, herdados ou não, que nos tornam mais suscetíveis à ação de agentes cancerígenos. Isso pode explicar porque dentre pessoas que vivem no mesmo lugar e têm hábitos parecidos, algumas desenvolvem a doença e outras não.

Tipos mais comuns e formas de tratamento

Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), existem mais de 100 tipos diferentes da doença. Dados de 2020 para o Brasil mostram que, nas mulheres, o mais comum é o câncer de mama (29,7%). Nos homens, o mais frequente é o de próstata (29,2%).

Pacientes com esses dois tipos são os atendidos em maior número no Centro Universitário de Controle do Câncer (CUCC), unidade do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe) da Uerj, e que também realiza pesquisas sobre a doença.

“Contamos, ainda, com uma alta prevalência de atendimentos de tumores de cabeça e pescoço, gastrointestinais, ginecológicos e neoplasias hematológicas”, diz a médica radioterapeuta Claudia Fernandez, que trabalha no CUCC.

“Atendemos pacientes oncológicos provenientes dos mais diversos hospitais da rede, mas quase exclusivamente adultos de ambos os sexos”, acrescenta. O acesso ao atendimento é por meio de fila única do Sistema Estadual de Regulação (SER) do Rio de Janeiro.

Fernandez explica que uma das formas de tratamento é a radioterapia, que pode ser aplicada isoladamente ou combinada com quimioterapia e cirurgia. O CUCC possui dois aparelhos de alta tecnologia que fazem esse procedimento e permitem reduzir os efeitos tóxicos do tratamento. Os médicos radioterapeutas trabalham com o suporte de uma equipe multidisciplinar de enfermagem, nutrição, odontologia, serviço social e fonoaudiologia.

Claudia Fernandez conta que, em breve, começará a funcionar um setor de braquiterapia para oferecer tratamento mais completo, principalmente às pacientes com tumores ginecológicos.

Braquiterapia é um tipo de radioterapia em que a fonte radioativa é colocada junto da área a ser tratada ou dentro dela, de forma temporária ou permanente. Uma das características desse procedimento é que a radiação gerada afeta somente áreas muito próximas do local a ser tratado, protegendo os tecidos sadios.

Prevenção é o melhor remédio

A palavra câncer assusta, mas existem maneiras de preveni-lo: não fumar; evitar alimentos ultraprocessados; manter o peso adequado; praticar atividades físicas; evitar ingerir bebidas alcoólicas; não se expor ao sol por muito tempo entre 10h e 16h e usar proteção adequada — chapéu, barraca e protetor solar, inclusive nos lábios.

Outros cuidados incluem amamentar o bebê até pelo menos dois anos — protege a mãe contra câncer de seio e a criança contra obesidade infantil —; fazer exame preventivo de colo do útero; aplicar vacina contra HPV em meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14; e vacinar-se contra hepatite B, em qualquer idade, porque a infecção pelo vírus causador dessa doença está relacionada a câncer de fígado.