Debate sobre raça e gênero e homenagem a servidoras marcam o Dia Internacional das Mulheres na Uerj

11/03/202415:16

Diretoria de Comunicação da Uerj

O Dia Internacional das Mulheres foi celebrado, na última sexta-feira (8), na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), com um proveitoso debate e uma homenagem a diversas trabalhadoras da instituição, além do anúncio do início dos trabalhos de criação da Superintendência para a Equidade Étnico-racial e de Gênero. A data comemorativa, oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, simboliza a histórica luta feminina por igualdade de direitos. Na cerimônia, realizada no auditório 11 do campus Maracanã, personalidades com destacada atuação nos meios acadêmico, artístico e político discutiram o tema “Raça e gênero na construção de uma Uerj democrática”. As convidadas refletiram sobre os inúmeros desafios enfrentados pelas mulheres negras nas relações familiares, no ambiente educacional e no mercado de trabalho.

Em seu discurso inicial, a reitora Gulnar Azevedo e Silva destacou o fato de ser apenas a segunda mulher a ocupar o cargo exercido anteriormente por 20 homens, ao longo dos 73 anos de história da Universidade. Gulnar também prestou homenagem à médica e ex-reitora Nilcéa Freire, pioneira ao implantar, durante o mandato (2000-2003), o sistema de cotas na graduação. “Ela foi corajosa e transformou a Uerj na primeira universidade do Brasil a adotar uma política que possibilitou o acesso de pessoas que nunca puderam cursar o ensino superior. Isso promoveu e democratizou a formação e qualificação profissional, modificando a vida de muitos”, afirmou.

Gulnar Azevedo e Silva e Patrícia Santos

A abertura, exclusivamente composta por mulheres, dirigentes de duas pró-reitorias, um centro setorial e vários setores administrativos, demonstrou o quanto elas, apesar dos obstáculos, vêm conquistando importantes espaços de decisão. Gulnar ressaltou que a expressiva presença feminina é uma marca da sua gestão. “Nossa equipe mostra para a sociedade fluminense que a Uerj é uma universidade viva, aberta, pública e gratuita, que deseja que todas as meninas e mulheres tenham as mesmas possibilidades que nós aqui tivemos. Entendo que devemos ocupar esses lugares e defender e garantir que todas e todos tenham esse direito. As mulheres têm que estar onde quiserem e elas sempre podem fazer a diferença”, frisou.

Uma das iniciativas nesse sentido é o estabelecimento da nova Superintendência para a Equidade Étnico-racial e de Gênero, que será comandada pela docente Patrícia Santos, da Faculdade de Formação de Professores, com o objetivo de qualificar as ações universitárias na perspectiva antirracista, antissexista e anti-homofóbica. “Precisamos discutir outras possibilidades de cotas e repensar o currículo que pouco absorve as diversidades. Faremos um trabalho em equipe, contando com a boa vontade e o entendimento coletivo da comunidade uerjiana, para que possamos construir as transformações que queremos. Vamos refletir sobre a nossa Universidade, já tão plural e democrática, mas que pode avançar muito mais”, declarou Patrícia. A minuta da resolução que oficializa a criação e normatiza os trabalhos do órgão ainda será deliberada pelo Conselho Universitário (Consun) da Uerj.

Raça e gênero na construção de uma Uerj democrática

Da esquerda para a direita, as debatedoras: Lohany Monteiro, Teresa Cristina, Patrícia Santos, Matilde Ribeiro, Dani Balbi e Adriana Corrêa

Patrícia Santos mediou o debate, que trouxe contribuições para reflexão sobre o tema e o relato de experiências das convidadas: Matilde Ribeiro, primeira ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e professora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira; Dani Balbi, professora, roteirista e primeira transexual a exercer mandato de deputada estadual na Alerj; Teresa Cristina, cantora, compositora, ativista das questões de raça e gênero e egressa do curso de Letras da Uerj; Adriana Corrêa, professora da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense, em Duque de Caxias, e da educação infantil na rede municipal do Rio; e Lohany Monteiro, representante estudantil e aluna da graduação em Geografia.

Servidoras técnicas e docentes foram homenageadas

No encerramento da mesa, Teresa Cristina cantou, à capela, a música “Sorriso negro”, consagrada na voz da compositora e intérprete Dona Ivone Lara, conhecida como a “Dama do Samba”.

Ao final, servidoras técnicas e docentes e uma representante das funcionárias terceirizadas foram aplaudidas e homenageadas por suas significativas contribuições para a construção de uma Uerj democrática.

Assista à íntegra do evento na TV Uerj: