Diretoria de Comunicação da Uerj
O Conselho Universitário (Consun) aprovou, por unanimidade, nesta sexta-feira (1º), a criação do Comitê da Política de Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Uerj. A comissão será responsável pela elaboração, implementação, acompanhamento e avaliação da política, além de promover debates, pesquisas e diagnósticos sobre a situação da saúde mental na instituição. O grupo também vai propor a criação de canais de comunicação para o encaminhamento de demandas e a difusão de informações, bem como a realização de atividades e parcerias, junto à sociedade civil e órgãos públicos.
Para o relator do processo, Celso Luiz Moreira Pieroni, professor da Faculdade de Administração e Finanças (FAF), a formulação da política deve ser feita de forma abrangente, participativa e embasada em evidências, considerando as especificidades dos diferentes segmentos da Uerj. “Estar atento e engajado nessas questões é estratégico para construir uma Universidade mais saudável e acolhedora a todos, alunos, docentes e técnicos administrativos. Com a criação do Comitê, a instituição reconhece a importância do bem-estar emocional e psicológico para o bom desempenho acadêmico e profissional, bem como para a qualidade de vida da sua comunidade”, afirmou.
Pieroni destacou o impacto da pressão, do estresse, da ansiedade e de outros desafios na saúde mental dos discentes. “A implementação de programas que promovam o equilíbrio entre estudos, trabalho e vida pessoal, incentivando práticas saudáveis e estratégias de autocuidado, assim como o apoio e orientação pedagógica, são fatores que devem ser cada vez mais observados e enfrentados pelas universidades”, pontuou.
“Outra pauta imprescindível é o cuidado com a saúde mental dos servidores públicos e contratados. É primordial desenvolver ações de prevenção, serviços de apoio psicológico acessíveis e confidenciais, projetos de capacitação e sensibilização para gestores e possibilitar o acompanhamento e suporte aos trabalhadores que estejam passando por momentos difíceis”, acrescentou o relator.
Antes da votação, a reitora Gulnar Azevedo e Silva ressaltou o pioneirismo do Brasil na adoção de uma política de saúde mental baseada na desospitalização de pacientes, oferecendo tratamento que respeita os direitos humanos, além da criação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) do Sistema Único de Saúde (SUS). “Na Uerj, entendo que o mais importante é atuarmos nos eventos estressores, como assédio, falta de acessibilidade e dificuldade de inclusão, além de apoiar e acolher as pessoas que precisam de assistência, agilizando e qualificando o atendimento”, defendeu.
Composição e prazo
A iniciativa para a criação do Comitê deriva de reuniões realizadas no início de 2024 que tiveram como base dois relatórios gerados em 2023 advindos de uma Comissão de Saúde Mental vinculada à Pró-reitoria de Saúde (PR-5). O Comitê será formado por uma Coordenação Colegiada, composta por integrantes de unidades acadêmicas, departamentos da Administração Central e unidades assistenciais atuantes no campo da saúde mental e atenção psicossocial; uma Comissão Executiva, constituída por membros de unidades, setores e serviços da Uerj relacionados às ações necessárias à execução da nova política, nos âmbitos da Graduação, Pós-graduação e Pesquisa, Extensão e Cultura, Políticas e Assistência Estudantis e Saúde, e um Conselho Consultivo, constituído por representantes docentes, técnicos e discentes, escolhidos por meio de processo eletivo vinculado aos centros setoriais, a ser regulamentado por ato executivo.
A Reitoria nomeará os integrantes da Coordenação Colegiada, à qual caberá elaborar e apresentar ao Consun, no prazo de 90 dias, a contar da data de nomeação, uma proposta de organização do processo de construção da Política de Saúde Mental e Atenção Psicossocial da Uerj.
Fotos: George Magaraia