Série Acervo Universitário do Samba lança novo volume

Início: 26/11/201918:30 | Término: 26/11/201921:00

Diretoria de Comunicação da UERJ

Poesia e brasilidade fazem parte do livro-DVD “Rosa Magalhães: a moça prosa da avenida”, de Luiz Ricardo Leitão, volume 4 da série Acervo Universitário do Samba. O lançamento da obra, editada pelo Departamento Cultural (DECULT-UERJ) e selo Outras Expressões, está marcado para o dia 26 de novembro, às 18h30, no Teatro Odylo Costa, filho, campus Maracanã.

Ícone do carnaval carioca, a superpremiada Rosa Magalhães é a homenageada da vez, depois de Aluísio Machado, Zé Katimba e Noca da Portela. No ensaio biográfico, que engloba também um documentário produzido pelo Centro de Tecnologia Educacional da UERJ (CTE) e pelo Acervo do Samba UERJ, o público será apresentado às diversas facetas desse buquê, revelando a pintora, a cenógrafa, a figurinista e a carnavalesca oito vezes campeã dos desfiles das escolas de samba do Rio.

Nada escapa ao relato, ilustrado por desenhos da própria Rosa, além de fotos e documentos inéditos. A infância e a adolescência nos “anos dourados de Copacabana”, a passagem pela Escola de Belas Artes (EBA) nos “anos de chumbo” da ditadura, o aprendizado com mestre Pamplona no GRES Acadêmicos do Salgueiro, os 50 anos nos barracões do samba, a fértil carreira na cena teatral – iniciada em 1973 com a censurada peça “Calabar”, de Chico Buarque e Ruy Guerra –, os meandros da vida afetiva, bem como a concepção de megaespetáculos esportivos, como o PAN 2007 e a Olimpíada Rio 2016.

Filha do acadêmico cearense Raymundo Magalhães Jr. e da dramaturga paulista Lucia Benedetti, de quem herdou a pródiga fabulação e dramaticidade, a artista representa um dos mais fecundos encontros da cultura letrada com a arte popular em nosso país. Nos enredos “rocambolescos e dramáticos”, veem-se as rendas e o artesanato nordestino, ou a fauna e a flora do Brasil, ao lado de gravuras de Frans Post, Debret e Portinari, ou de ensaios de Montaigne e Sérgio Buarque de Holanda. Barroco, moderno e pós-moderno, o imaginário da moça prosa acolhe uma profusão de signos, “do Super-Homem ao anjinho”.

O autor, que também é professor da UERJ, demonstra como o interesse pela pesquisa e a sedução pelo cinema e pela ficção científica, assim como as viagens que empreendeu pelos dois hemisférios com apoio do pai, estimulam Rosa a promover enlaces entre vários mundos. Em suas sinopses, vai-se do México ao Brasil e à Tailândia (“O ti-ti-ti do sapoti”, Estácio de Sá, 1987), camelos africanos desembarcam no Ceará do brioso jegue sertanejo (Imperatriz, 1995) e o escritor dinamarquês Hans Christian Andersen visita o Sítio do Pica-pau Amarelo em terras paulistas (Imperatriz, 2005). Amante de barcos e navegações, a narradora é uma cronista de viagem – “De repente, de lá para cá; e dirrepente, de cá para lá” (Portela, 2018).

“O peso concedido por Rosa à figura feminina em um meio ainda bastante patriarcal e, tantas vezes, misógino merece destaque”, afirma Leitão. De acordo com ele, a carnavalesca rendeu homenagens na Sapucaí à Imperatriz Leopoldina, que guiou D. Pedro I nas trilhas incertas da Independência, à pioneira pianista Chiquinha Gonzaga e à valorosa Anita Garibaldi, lançando luzes sobre a contribuição das mulheres à história e a cultura do país.

O livro conta com a apresentação da museóloga Maria Luiza Newlands e da atriz Zeni Pamplona, além de posfácio escrito por Leonardo Bora, carnavalesco e professor da UFRJ. Veja o convite do lançamento.